Teerão - O Governo do Irão disse este domingo que todos os menores detidos durante os protestos ocorridos no país desde a morte de Mahsa Amini foram libertados, apesar das queixas de repressão contra jovens e crianças.
De acordo com a agência Efe, que cita a imprensa iraniana, a vice-presidente para os Assuntos da Mulher, Ensie Jazali, referiu que não existem "prisioneiros com menos de 18 anos", já que "todos foram libertados".
A governante não deu detalhes sobre o número de menores detidos desde que os protestos começaram, com a morte de Amini, em 16 de Setembro, depois de ter sido detida (três dias antes) pela 'polícia de moralidade' por usar o véu islâmico incorretamente.
Os protestos são principalmente liderados por jovens e mulheres que gritam "mulher, liberdade de vida" e entoam palavras de ordem contra o Governo, queimando véus, um dos símbolos da República Islâmica, num ato impensável até há pouco tempo.
O tratamento dado aos menores que participam nos protestos tem sido duramente criticado por grupos de defesa dos direitos humanos.
A Amnistia Internacional (AI) registou pelo menos 23 crianças mortas "com impunidade na brutal repressão dos protestos juvenis" só em setembro.
Entre as 23 crianças mortas estava um rapaz de 11 anos que foi morto a tiro, segundo a organização.
O Governo do Irão tem reagido às manifestações com uma forte repressão policial, que já causou pelo menos 108 mortos, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, sediada em Oslo (Noruega).
O Comité das Nações Unidas para os Direitos da Criança disse que as autoridades iranianas "devem acabar com toda a violência" contra as crianças nos protestos.