Teerão - O Irão condenou veementemente, este sábado, o pedido feito pela França, Alemanha e Reino Unido para que a Organização das Nações Unidas (ONU) investigue as alegações que dão conta de que a Rússia poderá ter usado, recentemente, drones de origem iraniana para atacar alvos ucranianos, noticia a agência Reuters.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, Nasser Kanaani, considerou que tal apelo, feito na sexta-feira, foi "falso e sem fundamento" , tendo sido, por isso, "fortemente rejeitado e condenado" por parte do Irão.
De recordar que a Ucrânia acusou, já por várias vezes, a Rússia de ter utilizado drones Shahed-136, de fabrico iraniano, nos mais recentes ataques sobre o país.
Porém, o Irão tem vindo constantemente a negar o fornecimento de tais aparelhos a Rússia - que recusa, por sua vez, a possibilidade de ter usado drones iranianos para atacar a Ucrânia.
"O governo da República Islâmica do Irão, na sua missão de proteger os seus interesses nacionais e de garantir os direitos do nobre povo iraniano, reserva-se o direito de responder a qualquer acção irresponsável", terá dito Nasser Kanaani, segundo uma declaração que consta no website do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país.
E acrescentou que o país não "hesitará em defender os interesses do povo iraniano, disse.
Numa carta assinada pelos enviados nacionais da ONU, a que a Reuters teve acesso, França, Alemanha e Reino Unido apoiaram o apelo feito, na segunda-feira, pela Ucrânia, a propósito da realização de uma investigação acerca de tal eventual uso de drones de fabrico iraniano no conflito.
Na sua argumentação, a Ucrânia alega que o uso de tais aparelhos violou a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR) - referente à aprovação do acordo nuclear iraniano de 2015.
Segundo as mais recentes contabilizações da ONU , foram já confirmados mais de 6.300 civis mortos na sequência deste conflito na Ucrânia, que teve início a 24 de Fevereiro.
Porém, a mesma fonte remete um balanço mais certeiro para o final dos combates no terreno, altura em que será possível fazer um apuramento mais preciso das fatalidades.