Teerão - Vários grupos de direitos humanos apontam já para mais de 30 mortos durante os tumultos que se vivem nas ruas, após a morte da jovem Mahsa Amini sob custódia da chamada “polícia da moralidade”, informou hoje The Telegraph.
O Irão activou as forças especiais femininas pela primeira vez numa tentativa desesperada de travar os fortes protestos despoletados pela morte da jovem Mahsa Amini sob custódia da chamada “polícia da moralidade”.
De acordo com o jornal The Telegraph, esta unidade especial foi enviada para as ruas juntamente com fotógrafos numa tentativa de identificar os líderes dos protestos.
Isto acontece numa altura em que vários grupos de direitos humanos apontam já para mais de 30 mortos na sequência dos tumultos.
Em causa está a morte de Mahsa, de 22 anos, que foi detida pela polícia da moralidade por não estar a usar correctamente o véu.
A mulher, originária do Curdistão (noroeste), foi detida no dia 13 de Setembro em Teerão, por "vestir roupas inadequadas".
A polícia da moralidade é responsável por fazer cumprir o rígido código de vestuário no Irão, onde as mulheres devem cobrir os seus cabelos e não é permitido usar roupas curtas ou apertadas, entre outras proibições.
A jovem morreu em 16 de Setembro no hospital, alegadamente com um "ataque cardíaco", versão que o pai desmente acusando as autoridades de mentirem.
Activistas afirmam que Amini foi morta com tiros na cabeça, uma alegação negada pelas autoridades.
Uma investigação foi aberta pelas autoridades iranianas. Várias organizações não-governamentais internacionais denunciaram uma repressão brutal aos protestos.