Moscovo - Sistemas de defesa antimísseis Pantsir-S1, desenhados para interceptar ataques de aeronaves, helicópteros e mísseis de cruzeiro, estão a ser instalados em edifícios associados à defesa e à administração de Moscovo, indicando que o regime de Vladimir Putin poderá estar a preparar-se para um potencial ataque contra a capital russa.
O conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, Anton Gerashchenko, deu conta de que um dos sistemas estará localizado a cerca de 10 quilómetros da residência de Putin, ao partilhar um vídeo alegadamente gravado no dia 6 de Janeiro, em Rublevka, um dos bairros mais exclusivos de Moscovo.
Por seu turno, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak colocou “duas questões” sobre a instalação destes sistemas, ironizando se o ministro da Defesa russo, Sergei Lavrov, não quererá “debater novamente a lei internacional humanitária (quanto) à defesa aérea russa em áreas residenciais”, nem se o presidente russo, ou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, poderão “explicar o conceito de ‘três dias’ novamente e provar que ‘está tudo a acontecer conforme o planeado’.
Estes relatos surgiram no dia anterior à reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, que ocorreu esta sexta-feira, na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha, de modo a debater a ajuda militar fornecida ao país, particularmente os tanques alemães Leopard 2.
Lançada a 24 de Fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.952 civis desde o início da guerra e 11.144 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.