Manila - Legalmente impedido de disputar a reeleição, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, anunciou na terça-feira (24) a candidatura à vice-presidência para continuar a sua "cruzada" contra as drogas e os rebeldes.
Para a oposição, Duterte procura uma maneira de fugir da Justiça.
"Apresento a minha candidatura à vice-presidência", declarou Duterte, em discurso pré-gravado.
Eleito presidente das Filipinas em 2016, o estadista é impedido pela Constituição de concorrer a um novo mandato.
Nas Filipinas, presidente e vice-presidente são eleitos de forma separada. O segundo substitui o primeiro, em caso de incapacidade, ou de renúncia.
"Vou continuar a minha cruzada. Estou preocupado com a rebelião, com a criminalidade e com as drogas", afirmou.
Desde a sua chegada ao poder, Duterte trava uma campanha sangrenta contra traficantes e consumidores de drogas, ao custo de dezenas de milhares de vidas, segundo ONGs.
Em Junho, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu a abertura de uma investigação sobre os milhares de assassinatos cometidos no âmbito desta "guerra" e considerou que pode se tratar de "crime contra a humanidade".
Para a campanha presidencial em Maio de 2021, o partido de Duterte, PDP-Laban, apoiaria o senador Christopher Lawrence "Bong" Go, há tempos próximo do presidente em final de mandato.
Uma fracção do partido, favorável ao famoso lutador de boxe e potencial candidato Manny Pacquiao, denunciou que a ala Bong Go-Duterte é apenas uma "nuvem de fumo". O seu objectivo seria, na verdade, revelar no último minuto a verdadeira candidata: Sara, a filha de Duterte, que pertence a outro partido.
Se Sara Duterte-Carpio, favorita nas sondagens, ou Bong Go vencerem a eleição presidencial, podem ajudar a proteger Duterte de possíveis processos criminais, na avaliação de diferentes observadores.