Moscovo - O grupo russo Gazprom anunciou hoje que mantém a remessa de 42,6 milhões de metros cúbicos de gás para a Europa através da Ucrânia, anuncia agência TASS.
Um representante da Gazprom, citado pela agência de notícias russa TASS, disse que os fornecimentos são realizados "de acordo com os pedidos confirmados".
Em Maio, a Ucrânia interrompeu o fluxo de gás através da estação de Sojranivka, localizada na região de Lugansk, no leste do país, controlada por tropas russas.
Deste modo, a circulação do combustível foi reduzido e passa apenas pelo ponto de medição de Sudzha, mais ao norte do país e sob controlo ucraniano.
Segundo a Gazprom, nos primeiros 10 meses do ano, foram exportados 91,2 bilhões de metros cúbicos de gás, menos 67,6 bilhões de metros cúbicos do que no período homólogo de 2021.
A empresa russa sublinha que "a redução do consumo de gás na União Europeia (UE) foi um factor fundamental para a redução da procura geral".
Durante os primeiros 10 meses do ano, de acordo com os primeiros cálculos e dados operacionais disponíveis, a procura mundial caiu mais de 40.000 milhões de metros cúbicos.
Os 85% desta redução, cerca de 36.000 milhões de metros cúbicos, corresponde aos 27 países da UE, sustentou.
No entanto, os fornecimento de gás na Europa tem sofrido erupção, os preços da energia dispararam desde que a Rússia invadiu a Ucrânia - e a escassez de suprimentos pode aumentar ainda mais as contas de energia.
Antes da invasão da Ucrânia, a Rússia fornecia 40% do gás utilizado no resto do continente europeu.
A Europa está tentando encontrar novas alternativas à energia russa em um esforço para reduzir a capacidade de Moscovo de financiar a guerra.
Mas a transição para outros fornecedores pode não ocorrer com a rapidez necessária.
O presidente do Conselho da UE, Charles Michel, disse que o recente anúncio "infelizmente não é uma surpresa".
"O uso do gás como arma não mudará a determinação da UE. Vamos acelerar o caminho para a independência energética. Nosso dever é proteger os cidadãos e apoiar a liberdade da Ucrânia", escreveu no Twitter.
O governo russo nega usar o fornecimento de energia como uma espécie de arma económica em retaliação às sanções impostas após a invasão da Ucrânia.
Moscovo aponta que as sanções económicas atrasaram a manutenção de rotina do Nord Stream 1. A UE, por sua vez, entende que essa justificativa é apenas um pretexto.
O regulador de rede da Alemanha, o Bundesnetzagentur, disse que o país está agora mais preparado para o fim do fornecimento de gás russo, mas pediu que cidadãos e empresas reduzam o consumo de energia nos próximos meses.