Paris - O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, anunciou segunda-feira um novo estatuto para regular a actividade dos imãs em França e combater o estereótipo de que o Islão "é uma religião de estrangeiros, para estrangeiros e financiada por estrangeiros".
Num discurso no Fórum Islâmico Francês (FORIF), o ministro salientou que "60% dos muçulmanos em França nasceram em França e é uma religião francesa como qualquer outra" e por isso o Governo espera "reforçar a oferta de formação em França na sua dimensão teológica e secular".
Desde que assumiu o cargo, Darmanin já encerrou "locais de culto radicalizados onde o Islão foi desviado para fins políticos" o que contribuiu para a expulsão de pessoas "independentemente da sua religião", recordou hoje o governante.
Na semana passada, o ministro anunciou a expulsão para a Tunísia do imã "radical" Mahjub Mahjubi, que proferiu sermões a partir da mesquita de Bagnols-sur-Cèze, situada no departamento de Gard, de onde terá feito, segundo o governo, comentários anti-semitas, sexistas e intolerantes.
Em Dezembro do ano passado, a França proibiu a entrada no país de imãs com formação estrangeira ou dependentes de estrangeiros, cumprindo uma promessa feita pelo presidente em 2020.
Poucos meses antes, o governo francês anunciou que as raparigas não poderiam mais ir para as aulas com a vestimenta típica das mulheres muçulmanas (a abaya), mas em Setembro, no arranque do ano lectivo, dezenas de jovens apareceram no primeiro dia de aulas vestidas com a roupa que se identifica com a sua cultura.
Desde que Macron assumiu o cargo implementou uma série de medidas, como a eliminação da palavra "separatismo" e a inclusão do termo "secularismo" para combater o islamismo radical, no entanto, houve outras medidas, como o reforço do controlo das associações muçulmanas e as modificações e alterações na educação, que lhe valeram fortes críticas.CS