Washington - Os Estados Unidos transmitiram hoje à Rússia a "importância de manter canais de comunicação", num telefonema entre os responsáveis pela Defesa dos dois países, em que discutiram a guerra na Ucrânia.
De acordo com o Pentágono, nessa conversa, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse ao seu homólogo russo, Serguei Shoigu, que os seus respectivos governos deveriam manter abertos os canais de comunicação, quando sobem as tensões entre Washington (EUA) e Moscovo (Rússia), por causa da guerra na Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo confirmou o telefonema, dizendo que foram tratadas "várias questões de segurança internacional, incluindo a situação na Ucrânia.
Esta foi a segunda conversa entre os dois responsáveis pela Defesa desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de Fevereiro, depois de um outro telefonema em 13 de Maio.
Em 19 de Maio o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, conversou com o seu homólogo norte-americano, Mark Milley.
Washington acusa Moscovo de violar o direito internacional, com a invasão "injustificada" da Ucrânia, para além de denunciar tentativas de interferência russa nos processos eleitorais norte-americanos.
A Rússia acusa dos Estados Unidos e os aliados ocidentais de tentarem prolongar o conflito na Ucrânia, fornecendo ajuda financeira e militar a Kiev (Ucrânia).
Na passada semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, esclareceu que não vê "qualquer necessidade" de conversar com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, apesar de este não ter descartado essa possibilidade, que poderia ser concretizada à margem de uma cimeira do G20, marcada para meados de Novembro na Indonésia.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.