Damasco - As forças norte-americanas na Síria foram reforçadas com dezenas de camiões carregados de armas, munições e equipamento logístico após entrar ilegalmente no país, noticia a imprensa síria.
As forças dos EUA enviaram uma nova caravana carregada de armas, munições e equipamento logístico para bases ilegais na província de Al-Hasakah, Síria, de acordo com fontes da cidade de Al-Qahtaniyah, citadas na sexta-feira (8) pela agência síria SANA.
Segundo a SANA, a caravana é composta por 56 camiões e tanques, além de 8 camiões Humvee e um número não especificado de veículos das milícias das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), que entraram no país através do ponto de passagem ilegal Al-Waleed e seguiram a caminho das bases das SDF na região.
Na quinta-feira (7) Joe Biden, presidente dos EUA, anunciou que a Casa Branca renovaria a ordem executiva 13894 de 14 de Outubro de 2019 sobre a situação na Síria por mais um ano.
A ordem, emitida na época pelo antecessor de Biden, Donald Trump (2017-2021), permite aos EUA sancionarem qualquer pessoa ou entidade que "ameace a paz, a segurança, a estabilidade ou a integridade territorial da Síria", ou que cometa "graves violações dos direitos humanos". A ordem exige ainda a criação de um "novo governo sírio que seja representativo [de] e respeite a vontade do povo sírio".
A imprensa síria tem relatado por várias ocasiões um saque de recursos naturais do país, particularmente o petróleo, por parte de Washington. Damasco estima que as forças dos EUA, com os seus aliados curdos, ocupem até 90% das jazidas petrolíferas do país. Além do petróleo, têm sido reportadas ocasiões em que trigo foi levado da Síria.
Os défices de alimentos e energia do país têm sido compensados pela ajuda de emergência russa e iraniana, com Moscovo a entregar centenas de milhares de toneladas de trigo, enquanto Teerão fornece combustível através de petroleiros que têm que fazer uma viagem desde o golfo Pérsico e o oceano Índico até o Mediterrâneo Oriental.
O governo sírio tem exigido a saída de todas as forças estrangeiras do país que não foram convidadas por Damasco, sendo que tal autorização foi apenas dada a militares da Rússia.