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Espanha dá nacionalidade a 222 presos políticos libertados pela Nicarágua

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  • Luanda • Sexta, 10 Fevereiro de 2023 | 19h22

Madrid - Espanha vai oferecer a nacionalidade espanhola aos 222 presos políticos da Nicarágua libertados esta semana pelo Governo de Daniel Ortega, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares.

"O Governo oferece a nacionalidade espanhola a estes 222 presos políticos libertados face às notícias de que se iniciaram os procedimentos para os declarar apátridas", afirmou José Manuel Albares, em declarações à agência de notícias Servimedia.

Segundo o ministro, o Governo espanhol vai entrar em contacto com os 222 presos libertados e enviados quinta-feira para o exílio nos Estados Unidos e, se aceitarem a proposta de Madrid, o processo avança "de imediato", estando em causa uma "decisão governamental que demoraria muito pouco tempo".

A Nicarágua libertou estes 222 presos políticos, opositores ao Governo de Daniel Ortega, e iniciou o processo para lhes retirar a nacionalidade, invocando "traição à pátria", pelo que passarão a ficar apátridas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol disse hoje que Espanha "se felicita pela decisão (da Nicarágua) de libertar 222 presos" e afirmou que o executivo espanhol se oferece também para acolher outros presos que ainda continuem nas cadeias do país da América Latina "na mesma situação daqueles que acabam de ser libertados".

Os reclusos libertados foram transferidos na noite de quarta-feira para a prisão de El Chipote, de onde foram transportados posteriormente para o aeroporto.

A directora da Amnistia Internacional para as Américas, Erika Guevara Rosas, saudou as libertações, mesmo reconhecendo que as pessoas "foram enviadas para o exílio".

A maioria dos presos políticos estava detida pelos seus protestos, em 2018, contra medidas sociais do Executivo do Presidente Daniel Ortega e em defesa dos direitos civis.

Na altura, as manifestações degeneraram em confrontos com as forças de segurança e ficaram marcadas por várias centenas de mortes.

As 222 pessoas libertadas foram expulsas para os Estados Unidos, que lhes deu autorização para viverem e trabalharem no país.





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