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Embaixador russo na ONU acusa Ucrânia de apoiar grupo islâmico na Síria

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  • Luanda • Quarta, 04 Dezembro de 2024 | 08h42
Bandeira da Rússia
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Divulgação

Nova Iorque - O embaixador russo nas Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, acusou hoje a Ucrânia de apoiar militarmente combatentes do grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lideram uma ofensiva contra as forças sírias no noroeste da Síria.

"Queremos pedir especial atenção para os vestígios identificáveis que apontam para a principal direcção de inteligência ucraniana, o GUR , na organização de actividades de combate e no fornecimento de armas aos combatentes no noroeste da Síria", disse o embaixador russo, Vasily Nebenzya.

O embaixador falava durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada para abordar a escalada das hostilidades na Síria.

 "A interacção entre terroristas ucranianos e sírios, impulsionados pelo ódio à Rússia e à Síria, está a ocorrer tanto nas questões de recrutamento de militantes para as fileiras das Forças Armadas da Ucrânia, como na realização de ataques contra os militares russos e sírios na Síria", argumentou.

Na reunião, onde Estados Unidos e Rússia trocaram vários ataques, Nebenzya indicou que instrutores ucranianos, acompanhados por membros do HTS, foram vistos em Aleppo, acusando ainda Kiev de treinar militantes do grupo radical islâmico para operações de combate.

Os combateste do HTS não só não escondem o facto de serem apoiados pela Ucrânia, mas também o exibem abertamente, frisou, acusando a Ucrânia de fornecer drones ao rebeldes.

Uma coligação de rebeldes, dominada pelo grupo radical islâmico HTS, lançou uma ofensiva no noroeste da Síria em 27 de Novembro, tomando dezenas de localidades e grande parte de Aleppo, a segunda maior cidade do país, antes de continuar a sua progressão em direcção ao sul.

A Rússia, que intervém militarmente na Síria desde 2015, é um dos principais aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

Na reunião de hoje, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, sublinhou que a situação resultante da tomada de controlo do território sírio por intervenientes não estatais, incluindo Alepo, "é extremamente fluida e perigosa.

Mas é preciso estar ciente de que estes desenvolvimentos provocaram reacções diferentes entre o povo sírio, uma grave ameaça para alguns, um sinal de esperança para outros, afirmou.

Referindo que declarações públicas de diferentes actores armados no noroeste, incluindo do HTS, ofereceram garantias a todos os civis, incluindo minorias, e incluíram garantias de liberdade religiosa.

Ao mesmo tempo, algumas vozes civis e minoritárias “expressaram-nos desespero e medo sobre o que significaria para essas áreas ficarem ao longo do tempo sob o controlo de facções armadas que incluem um grupo terrorista declarado pelo Conselho de Segurança”.

Algumas mulheres líderes expressaram medos ou preocupações particulares e estão à procura de garantias, explicou o enviado.

Subjacente a tudo isso, disse, "está uma enorme incerteza sobre o futuro imediato e o perigo de que mais derramamento de sangue possa estar a caminho".

Além de apelas a uma desescalada, Geir Pedersen sublinhou que a redução das tensões precisa ser acompanhada por um horizonte político confiável para o povo sírio.

Já o representante da Síria aproveitou a reunião para pedir ao Conselho de Segurança da ONU para que condene os ataques terroristas em Alepo.

O número de mortos nos combates na Síria subiu para 602, incluindo 104 civis, resultado da ofensiva liderada por uma coligação de grupos rebeldes islâmicos, informou hoje o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Entre os mortos contam-se também 299 combatentes do grupo HTS e de grupos armados aliados e 199 soldados e combatentes pró-governamentais, acrescentou a ONG sediada no Reino Unido com uma rede de fontes na Síria.

O reacendimento do conflito, que teve início em 2011, já matou mais de 300 mil pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, tem também amplas ramificações na região. GAR





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