Nova Iorque - O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, relatou ao Conselho de Segurança importantes capacidades de míssil iraniano "em desenvolvimento".
O míssil balístico em causa, situado no lançador de satélites de Zuljanah, poderia voar até cinco mil quilómetros de distância com uma tonelada de ogivas, sendo capaz de atingir qualquer nação dentro do continente europeu, de acordo com a carta enviada por Erdan ao Conselho de Segurança, conta o site Israel Defense.
Com tais capacidades, especialmente devido ao seu alcance, esta poderia ser a arma mais poderosa do arsenal da República Islâmica.
Na sua carta, o embaixador israelita apontou que "esta actividade lança mais dúvidas sobre se o programa espacial do Irão é, de facto, para fins pacíficos, como afirma o seu governo. Estes últimos avanços tecnológicos apontam, mais uma vez, a estreita ligação entre os programas espacial e militar do Irão, que trabalham em conjunto para melhorar a sua capacidade de desenvolver ogivas nucleares", citado pela mídia.
Conforme as suas preocupações, seria talvez esperado que a existência de tal arma pudesse dificultar as conversações no âmbito do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês). Porém, talvez parte da solução para essa questão resida nos mísseis iranianos.
Um ex-diplomata americano teria dito na segunda-feira (26) que a nação persa poderia considerar desistir dos seus avançados sistemas de mísseis, actualmente em desenvolvimento, em troca de um acordo nuclear com os EUA mais vasto, incluindo a possibilidade de suspensão de sanções, segundo o The National.
O avanço tecnológico na área militar do Irão está a preocupar vários círculos de especialistas em segurança, que cogitam a possibilidade de Teerão vir a ser capaz de combinar o seu alegado programa de armas nucleares – várias vezes negado pelo Irão – com os seus foguetes de combustível sólido, de modo a criar um míssil balístico intercontinental, idêntico aos desenvolvidos pela Coreia do Norte.
Na opinião de Mark Fitzpatrick, director do programa de não proliferação e política nuclear do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, poderiam existir alguns sistemas que a República Islâmica pudesse considerar negociar, bem como talvez aceitar uma distância de dois mil quilómetros como limite do alcance dos seus mísseis, informa The National.
Contudo, caso as negociações não tenham um resultado positivo, especialistas e entidades políticas temem que a proliferação de mísseis do Irão poderia contribuir para uma maior instabilidade no Médio Oriente.