Naipidau - O Conselho de Segurança da ONU condenou as execuções de quatro opositores em Myanmar (ex-Birmânia) e pediu a libertação das pessoas arbitrariamente detidas, incluindo a líder Aung San Suu Sky e o Presidente birmanês, Win Myint.
Os 15 membros do Conselho de Segurança (cinco permanentes e dez temporários) condenaram as execuções durante a sua reunião de quarta-feira na sede da ONU e pediram a continuidade do diálogo "com todas as partes envolvidas e a "reconciliação de acordo com a vontade e os interesses do povo de Myanmar", segundo um comunicado do organismo.
A condenação, aprovada por membros próximos do regime birmanês, como Rússia e China, apoiou a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que na segunda-feira condenou duramente as execuções, sublinhando que estas prejudicam as negociações para estabilizar o país.
Os quinze membros do Conselho de Segurança apoiaram a ASEAN nos seus esforços para implementar os cinco pontos de consenso acordados com o regime birmanês há mais de um ano, incluindo o fim da violência contra civis e o início de um diálogo entre todas as partes envolvidas no conflito.
O Conselho de Segurança também pediu "a cessação imediata de todas as formas de violência, incluindo ataques à infra-estrutura e centros de saúde e educação", e reiterou o seu apoio à "transição democrática" em Myanmar.
A junta militar birmanesa, que chegou ao poder após o golpe em 01 de Fevereiro de 2021, anunciou na segunda-feira que executou quatro activistas pró-democracia acusados de "actos terroristas".
Estas são as primeiras execuções em décadas no país asiático.
Entre os executados estão o ex-deputado da Liga Nacional para a Democracia Phyo Zeya Thaw e o activista e escritor Kyaw Min Yu - conhecido como Ko Jimmy -, que foram condenados em Janeiro por acusações de terrorismo devido as suas actividades contra a junta.
As execuções aconteceram apesar da forte pressão interna e do estrangeiro para o seu cancelamento e despertaram preocupação com as cerca de cem pessoas condenadas à morte no país, que está mergulhado numa crise política, económica e social, desde o golpe militar de Fevereiro de 2021.
A tomada do poder em Myanmar pelo general Min Aung Hlain foi acompanhada pela detenção dos principais opositores, incluindo a líder deposta Suu Kyi, e uma forte repressão contra a população que custou a vida de pelo menos 2.131 pessoas.