Bruxelas - A jovem curda iraniana Mahsa Amini, o movimento Mulher, Vida e Liberdade do Irão, à activista e um bispo da Nicarágua e três mulheres que lutam pelo direito ao aborto gratuito, legal e seguro são os finalistas do Prémio Sakharov 2023, foi hoje divulgado em Bruxelas.
A lista de finalistas inclui ainda a activista Vilma Núñez de Escócia e o bispo de Matagalpa, Rolando José Álvarez Lagos, que lutam na Nicarágua pela defesa dos direitos humanos e contestam o governo do actual presidente Daniel Ortega. Igualmente integra a polaca Justyna Wydrzynska, a salvadorenha Morena Herrera e a norte-americana Colleen McNicholas que se batem pelo direito ao aborto gratuito, seguro e legal.
Mahsa Amini, uma das pontencias candidatas ao prémio, foi morta aos 22 anos, alegadamente, pela polícia iraniana da moralidade, em Setembro de 2022, por não usar correctamente o 'hijab', o lenço que as mulheres na República Islâmica são obrigadas a usar para tapar o cabelo.
A sua morte provocou manifestações no Irão e repúdio a nivel internacional.
Já o bispo de Matagalpa (Nicarágua) está a cumprir uma pena de prisão de 26 anos e foi-lhe retirada a nacionalidade nicaraguense.
A polaca Justyna Wydrzynska, a salvadorenha Morena Herrera e a norte-americana Colleen McNicholas são as três mulheres que lutam pelo direito ao aborto gratuito, seguro e legal.
A selecção de finalistas são da responsabilidade dos eurodeputados das comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento.
O vencedor será conhecido na próxima quinta-feira e o prémio é entregue em 13 de Dezembro, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França.
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, no valor de 50 mil euros, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu, desde 1988, a pessoas ou organizações que se destacam pela sua contribuição para a defesa dos direitos humanos e da democracia.
O galardão foi assim designado em honra do físico e dissidente da ex-URSS Andrei Sakharov.
Na edição de 2022, o galardão foi atribuído ao povo ucraniano, na sequência da ofensiva militar russa, iniciada em Fevereiro do ano passado.AM/DSC