Luanda - A cimeira do G20, na qual o Presidente norte-americano, Joe Biden, beneficiou da ausência dos homólogos chinês e russo para reforçar as suas alianças dentro do bloco fortemente dividido, constituiu o principal destaque do noticiário internacional da ANGOP na semana que hoje, sábado, finda.
No encontro, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), Joe Biden falou de iniciativas conjuntas para enfrentar os problemas globais, nomeadamente as alterações climáticas e a mitigação das consequências económicas e sociais da guerra travada pela Rússia na Ucrânia.
O Presidente chinês, Xi Jinping, está ausente da cimeira que decorre numa altura em que se exacerbam as tensões comerciais e geopolíticas com os Estados Unidos e a Índia.
Outra sombra que paira sobre a cimeira é a ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, alvo, desde Março último, de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra pela deportação ilegal de crianças ucranianas.
Fez igualmente eco no noticiário internacional da ANGOP, a reafirmação da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) do respeito pela soberania, independência política e a integridade territorial da Ucrânia, invadida há mais de 18 meses pela Rússia.
A organização apelou igualmente para que seja assegurado o acesso rápido, seguro e sem entraves à assistência humanitária na Ucrânia, bem como protecção dos civis, do pessoal humanitário e das pessoas em situações vulneráveis.
Criada em 1957, a ASEAN integra Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietname.
Mereceu também destaque na semana que hoje finda, o acordo de retoma do cessar-fogo bilateral entre o Governo colombiano e a principal facção dissidente do grupo de guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), suspenso em Maio deste ano.
A trégua, cuja data de entrada em vigor não foi especificada, tem como objectivo reduzir os confrontos e a violência em toda a extensão do território colombiano.
O texto indica ainda que este cessar-fogo será temporário e de carácter nacional e anuncia o desenvolvimento de acções destinadas a promover a participação da sociedade civil no processo de paz e a instauração de um clima de confiança.
Também nos últimos sete dias, o Presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou firmar um novo acordo para o transporte de cereais através do Mar Negro, enquanto o Ocidente não cumprir as exigências do seu país.
O líder russo falava após conversações com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na estância balnear de Sochi, no sul da Rússia.
A par da ONU, Erdogan foi um dos mediadores do acordo original, conhecido como a Iniciativa do Mar Negro e firmado no verão de 2022 em Istambul, que permitiu à Ucrânia exportar a sua produção de cereais em segurança. A Rússia abandonou unilateralmente o protocolo em Julho.
De acordo com a imprensa turca, Recep Tayyip Erdogan esperava, nesse primeiro encontro de Sochi entre os dois chefes de Estado desde Outubro do ano passado, convencer o Presidente russo a retomar os acordos.
Nas declarações após o encontro com Erdogan, Putin disse que a Rússia está a finalizar um acordo para fornecer gratuitamente cereais a seis países africanos.
Foi também tema de realce na semana de três a nove deste mês, a defesa da Alemanha da necessidade de uma reforma da União Europeia (UE), tendo em vista um futuro alargamento, e do Conselho de Segurança das Nações Unidas para responder aos novos desafios.
Sobre o assunto, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, anunciou que o seu país pretende organizar uma Conferência sobre a Europa antes do Conselho Europeu de Dezembro, para discutir os passos necessários na UE com vista ao alargamento e às reformas correspondentes.
O Conselho de Segurança tinha originalmente 11 membros, dos quais cinco permanentes, mas passou aos actuais 15 em 1965, duas décadas depois de ter sido criado no rescaldo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que a Alemanha perdeu.
Na semana que hoje finda, o Japão apresentou uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo veto da China à importação de todos os seus produtos do mar, após o início da libertação da água radioactiva tratada da central nuclear de Fukushima.
O Japão também pediu à China que reveja o veto com base nas regras da Parceria Económica Regional Abrangente, um acordo de comércio livre ao qual ambos os países estão associados com o bloco da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). JM
