Ancara - As autoridades turcas anunciaram hoje a detenção de mais 27 pessoas, incluindo militares já demitidos, suspeitos de ligações com o clérigo Fethullah Gülen, acusado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de ter orquestrado uma tentativa de golpe em 2016.
Estas 27 pessoas, incluindo um general e dois oficiais do Exército vítimas dos expurgos que se seguiram ao golpe fracassado, foram detidas em Ancara e Istambul, mas outras sete pessoas ainda estão a ser procuradas, informou a agência de notícias oficial Anadolu.
A operação, realizada em cinco províncias turcas, visa dentro do Exército e do sistema de justiça simpatizantes da "organização terrorista Fetö", sigla usada pelo regime para designar o movimento do religioso Fethullah Gülen.
Em Outubro, uma outra operação das autoridades turcas deteve de mais de 700 pessoas suspeitas de participar nas actividades financeiras do movimento.
Outrora um valioso aliado de Erdogan, Fethullah Gülen - radicado nos Estados Unidos há mais de 20 anos - foi acusado pelas autoridades turcas de ter espalhado acusações de corrupção contra o governo em Dezembro de 2013, quando Erdogan ainda era primeiro-ministro.
O pregador, de 81 anos, é considerado pelo Presidente turco como o instigador da tentativa de golpe de Julho de 2016.
Desde então, as autoridades turcas realizaram mais de 300.000 detenções, em particular entre membros da polícia, do judiciário, do Exército e entre intelectuais e jornalistas.
A Turquia exige às autoridades da Suécia e da Finlândia a extradição de militantes ligados a Gülen que vivem nos seus países como condição para a ratificação pelo Parlamento turco da adesão dos dois países nórdicos à OTAN.