Camberra - O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou nesta quinta-feira (19) que não cederá às pressões da China, após o gigante asiático ter publicado uma lista de queixas contra Camberra, ressaltando que as relações bilaterais estão cada vez mais tensas.
Uma autoridade chinesa enviou à imprensa australiana um dossier com 14 tópicos que envenenam as relações com a Austrália: desde as leis sobre interferência estrangeira até às decisões que afectam os investimentos chineses, como o facto de deixar o gigante chinês das telecomunicações Huawei de fora da implantação da rede 5G na imensa ilha.
Morrison comentou que este documento "não oficial" foi emitido pela embaixada chinesa e não levará a Austrália a fazer concessões, nem impedirá o Governo de estabelecer "as suas próprias regras pelo bem dos interesses nacionais".
O documento chinês também censura a Austrália por "alinhar-se aos Estados Unidos" nas disputas entre Washington e Pequim e por "espalhar desinformação" sobre a pandemia do novo coronavírus.
Os Estados Unidos manifestaram-se sobre o mal-estar nas relações entre China e Austrália. No Twitter, o Conselho de Segurança Nacional declarou, nesta quinta-feira, que "Pequim está irritada com as medidas tomadas pela Austrália para proteger a sua soberania e conter a espionagem da China".
"É animador ver um número crescente de países imitar Camberra e tomar esse tipo de acção", acrescentou.
Primeiro parceiro comercial da Austrália, a China suspendeu recentemente um volume significativo de importações de produtos australianos, incluindo carne bovina, cevada e madeira.