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As cicatrizes da guerra na Síria em fotografia de pai e filho premiada

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  • Luanda • Domingo, 24 Outubro de 2021 | 09h58

Damasco - A fotografia 'Hardship of Life', captada pelo fotógrafo turco Mehmet Aslan, venceu o Siena International Photo Awards (SIPA) deste ano, tendo os jurados consideraram-na "emocionalmente forte".

Munzir al-Nazzal tem lutado para sobreviver desde que ficou ferido num bombardeamento num mercado. Desde então, fugiu para a Turquia, onde a fotografia do ano do Siena  International Photo Awards foi registada.

Mas o que mais o preocupa não é a perna que perdeu, mas sim o futuro do filho de cinco anos que nasceu sem membros. Mustafa nasceu sem pernas devido a uma doença congénita causada pelos medicamentos que a sua mãe tomou depois de adoecer devido a gases libertados durante a guerra na Síria.

"Queríamos chamar a atenção para isso", disse Aslan, que espera que a fotografia tenha um alcance que ajude a criança a conseguir tratamento médico adequado e próteses. “O menino tem muita energia. O pai parece ter desistido", contou ainda, citado pelo The Washington Post.

Aslan espera também que a fotografia ajude a aliviar os sentimentos negativos em relação às comunidades de refugiados na Turquia, onde alguns os culpam dos problemas económicos do país. 

Os jurados do concurso descreveram a fotografia  - intitulada 'Hardship of Life' [A dureza da vida] - como "emocionalmente forte". A imagem integrará agora uma exposição em Itália. 

"A imagem chegou ao mundo", disse Zeinab, mãe do menino. “Há anos que tentamos fazer com que nossas vozes sejam ouvidas por qualquer pessoa que queira ouvir, para ajudar no tratamento. Daríamos tudo para lhe dar uma vida melhor", completou. 

De acordo com um  balanço feito pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, cerca de meio milhão de pessoas morreram nos últimos dez anos na guerra da Síria.

A guerra começou em 2011 com a repressão contra manifestações na capital Damasco (Síria) pela implementação de regras democráticas e envolve, nos últimos dez anos, várias forças regionais e grandes potências, tendo também provocado milhares de refugiados. 

A intensidade dos combates diminuiu em 2020 devido ao cessar-fogo no noroeste da Síria, sobretudo em Idlib, último bastião dos radicais islâmicos, de onde a família de Munzir al-Nazzal fugiu. 





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