Mais de dois milhões de muçulmanos começam hoje, domingo, a peregrinação a Meca ('hajj'), que acontece anualmente na Arábia Saudita, a primeira que acolherá tantos fiéis desde o início da pandemia de covid-19.
Na grande mesquita de Meca, os fiéis de 160 países começaram cedo hoje o ritual do 'tawaf', que são as voltas realizadas pelos peregrinos ao redor da Caaba, uma grande estrutura cúbica envolta num tecido preto bordado a ouro. Os muçulmanos de todo o mundo devem fazer as suas orações obedecendo à direção em que se encontra a Caaba.
Um responsável saudita disse hoje que é esperado um público recorde.
"Este ano vamos assistir à maior peregrinação da história (...). O número de peregrinos ultrapassará os 2,5 milhões", se tudo correr como planeado, segundo o responsável saudita, que pediu anonimato.
A 'hajj', considerada um dos cinco pilares do Islão, deve ser realizada pelo menos uma vez na vida de um muçulmano praticante e com condições financeiras.
Consiste numa série de ritos religiosos realizados durante vários dias na cidade santa de Meca e nos seus arredores.
Hoje à noite, os peregrinos devem viajar para Mina, cidade a cerca de cinco quilómetros da grande mesquita, onde passarão a noite antes do rito principal no Monte Arafat, onde o profeta Maomé teria proferido o seu último sermão.
Mina, uma cidade de tendas brancas, prepara-se para receber hoje os peregrinos, com a entrega de alimentos e o envio de forças de segurança ao redor da área.
A realização das duas principais peregrinações muçulmanas, a 'hajj' e a 'umrah' (uma peregrinação mais pequena), confere prestígio e legitimidade aos governantes sauditas.
Muitas tragédias, incluindo debandadas mortais, marcaram a história do 'hajj', mas nenhum acidente grave foi registado desde 2015.
As altas temperaturas, com quase 45 graus Celsius, representam um desafio crescente e as autoridades criaram vários centros de saúde e mobilizaram 32.000 paramédicos.