Kiev - As filiais ucraniana e norte-americana da Amnistia Internacional pediram, numa carta aberta enviada ao Presidente dos Estados Unidos, que Washington continue a enviar ajuda para proteger os direitos humanos dos civis ucranianos na guerra com a Rússia.
A carta foi enviada na sequência da decisão da administração de Donald Trump de suspender durante 90 dias a ajuda humanitária internacional oferecida por Washington, uma medida que afecta vários projecto da agência de cooperação norte-americana na Ucrânia.
Apelam a Trump para que apoie grupos vulneráveis como os idosos, as crianças e a população "indígena" da península da Crimeia, de origem tártara e religião muçulmana, uma vez que são alguns dos grupos mais expostos às consequências da guerra e à ocupação russa.
A organização pede também ao novo Presidente dos EUA para que aumente a protecção dada aos refugiados ucranianos pela anterior administração e apoie os países europeus com menos recursos face ao desafio de continuar a proteger aqueles que fugiram da Ucrânia por causa da guerra e se estabeleceram nesses Estados.
Além disso, a Amnistia refere a Trump a necessidade de fundos para continuar a desactivar minas e outros tipos de explosivos na Ucrânia.
"Esperamos que o Presidente Trump faça todo o possível - incluindo exigir a responsabilização de quem cometeu crimes de guerra e outros crimes reconhecidos pelo direito internacional - para conduzir a Ucrânia para um futuro mais justo e pacífico", afirmou o director executivo da Amnistia Internacional nos EUA, Paul O'Brien, explicando o objectivo da carta enviada.
A organização considera que há vários princípios que podem ajudar a "mitigar o sofrimento na Ucrânia" e promover a estabilidade na região, a começar pela manutenção pelos EUA da condenação da agressão militar russa à Ucrânia.
A lista inclui ainda a necessidade de Washington assumir um papel de liderança na exigência de acesso das organizações internacionais aos prisioneiros de guerra e aos civis ucranianos detidos na Rússia, que, segundo várias fontes, são constantemente sujeitos a maus-tratos.
"Enviámos um apelo urgente para que se preste atenção aos problemas" dos ucranianos vítimas da ocupação russa, conclui a directora da organização de defesa dos direitos humanos na Ucrânia, Verónika Velch.CS