Telavive - A Amnistia Internacional condenou hoje a proposta do Presidente dos EUA, Donald Trump, de deslocar palestinianos de Gaza para o Egipto e a Jordânia de forma "temporária ou a longo prazo", alegando que constitui "um crime de guerra", avança agência Lusa.
As declarações de Trump violam o direito internacional e, em particular, a protecção garantida a civis em situações de conflito armado e ocupação", disse a ONG, em comunicado, onde argumenta que estas declarações "apoiam a deportação de pessoas protegidas para fora de um " território ocupado ilegalmente".
"É um crime de guerra", considerou a Amnistia Internacional no comunicado.
Para esta ONG, "qualquer Estado que apoie ou facilite estas deportações será cúmplice destes crimes ao abrigo do direito internacional".
"Em vez de promover transferências forçadas ilegais de um povo inteiro das suas terras e continuar a enviar armas para Israel, o Presidente Trump deveria concentrar-se em garantir que o cessar-fogo se mantém, que os reféns e detidos possam regressar às suas casas em segurança, que a quantidade necessária de ajuda humanitária chegue e que a imposição deliberada de condições calculadas para provocar a destruição física da população palestiniana em Gaza termine", defendeu a organização.
No sábado, Trump anunciou que iria sugerir ao Egipto e à Jordânia receberem 1,5 milhões de deslocados da Faixa de Gaza para acolhimento a médio ou longo prazo, pelo menos enquanto o enclave estiver a ser reconstruído após a ofensiva lançada por Israel na sequência os ataques de 07 de Outubro de 2023.
As palavras de Trump foram recebidas com total rejeição pelo Cairo, Amã, pela Liga Árabe e pelas Nações Unidas, bem como pela Autoridade Palestiniana e por grupos como o movimento islamita Hamas e a Jihad Islâmica, embora tenham sido saudadas por membros ultraconservadores do Governo israelita. AM