Cisjordânia - A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) alertou segunda-feira que qualquer alteração na Esplanada das Mesquitas (Jerusalém) significará uma "declaração de guerra" e denunciou os planos do novo Governo israelita de permitir que os judeus rezem no local, segundo a agência de notícias palestiniana WAFA.
O porta-voz da Presidência da ANP, Nabil Abu Rudeina, denunciou "as repetidas ameaças de mudar o “status quo” histórico da Mesquita de Al-Aqsa, pedindo permissão para celebrar orações e rituais judaicos, para construir uma sinagoga no quintal e “direitos iguais” para todas as religiões em Al-Aqsa".
Abu Rudeina recordou ainda a "escalada de violência nos colonatos nos territórios palestinianos ocupados e as mortes diárias" e referiu-se em particular à morte de dois jovens em Kufer Dan numa operação das forças israelitas.
A ANP responde assim à intenção declarado do líder de extrema-direita israelita Itamar Bem Gvir, líder do Otzma Yehudit, de visitar a Esplanada das Mesquitas, o que poderá levar ao aumento das tensões na zona, sobretudo em consequência da das ameaças lançadas nas últimas horas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e pela Jihad Islâmica.
O assessor pediu ainda a Washington para reagir, indicando que este caso será "o verdadeiro teste" da posição dos Estados Unidos "perante as práticas e políticas extremistas do Governo de Israel" e das resoluções da ONU, especialmente a que insta o fim dos colonatos e a de apoio à solução de dois Estados.
Também lembrou os compromissos do Presidente norte-americano, Joe Biden, e do secretário de Estado Antony Blinken.
"É o momento de essas palavras se tornarem realidade antes que seja tarde demais. Se não forem parados por uma forte pressão dos Estados Unidos, o controlo da situação será perdido", alertou.