Viena - O Conselho de Governadores da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) condenou hoje o ataque a um hospital pediátrico ucraniano, e manifestou "grave preocupação" numa resolução aprovada hoje, segundo o site Notícias ao Minuto.
A resolução sublinha o "papel vital" do centro hospitalar de Okhmatdyt, o maior hospital pediátrico da Ucrânia, no tratamento do cancro e "condena veementemente" a interrupção forçada da assistência técnica normalmente prestada pela agência e a pedido de um dos seus membros.
Em Abril, realizou-se uma reunião a pedido da Rússia e da Ucrânia, na sequência de uma série de ataques com 'drones' (aeronaves não tripuladas) contra a central nuclear ucraniana de Zaporijia, ocupada pelas tropas russas desde Março de 2022.
Desta vez, o ministro da Energia ucraniano, Guerman Galushchenko, solicitou uma reunião por escrito "tendo em conta o ataque brutal" ao hospital, que causou a morte de duas pessoas e feriu outras 32.
Na carta, a Ucrânia salienta que o centro dispõe de "27 fontes de radiação ionizante", principalmente para o tratamento do cancro.
"O ataque não só põe em perigo vida, como também constitui uma violação flagrante dos princípios da AIEA, minando os fundamentos da segurança nuclear internacional", afirmou Galushchenko.
Segundo o Ministério da Saúde ucraniano, dos cerca de 630 pacientes que estavam a ser tratados no local, 94 foram transferidos para outros estabelecimentos da capital, 465 tiveram de regressar a casa e 68 permaneceram nos edifícios que não foram atingidos.
O ataque de segunda-feira, segundo Kiev, foi efectuado com um míssil de cruzeiro russo 'Kh-101'.
Moscovo negou a responsabilidade, culpando a defesa antiaérea ucraniana, assegurando, como sempre, que nunca "atinge alvos civis".
No início da semana, a AIEA disse na rede social X (ex-Twitter) que a Ucrânia tinha informado que "nenhuma fonte radioactiva estava presente" no momento do ataque.
O director da AIEA, Rafael Grossi, acrescentou que o hospital não representava qualquer risco para a segurança. AM