Xangongo- O monumento histórico da batalha do Vau do Pembe, localizado a 20 quilómetros da sede municipal de Ombadja, província do Cunene, foi reinaugurado este sábado, com vista a perpetuar a história da resistência contra a ocupação colonial portuguesa na região Sul de Angola.
O monumento classificado através do despacho Presidencial nº 19, de 18 de Abril de 1994, simboliza a batalha travada a 25 de Setembro de 1904 entre as tropas portuguesas e guerreiros Cuamatos, actual município de Ombadja.
Passados 118 anos, a batalha do Vau do Pembe , representa um importante marco da história da luta de Angola contra a ocupação colonial e dos momentos drásticos vividos neste período.
Os trabalhos orçados em três milhões de kwanzas , consubstanciaram-se na vedação do local, pavimentação e melhoria da estrutura e jardinagem, cujas obras enquadram-se no Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate a Pobreza (PIDLCP).
No acto inaugural o administrador municipal de Ombadja, Hilário Shikalepo, sublinhou que a conservação, protecção e valorização deste monumento demonstra a vontade do governo angolano em passar às novas gerações a história da luta pela liberdade e integridade territorial.
O responsável, disse ser uma marca indelével na história do povo do Cunene, em especial do Xangongo, daí a necessidade de dar mais atenção aos locais que simbolizam e testemunham a história do país, tendo em conta a sua valorização.
Entretanto, o rei de Ombala ya Nalueque, Mário Satypamba , explicou que a batalha do Vau do Pembe, frequentemente referida por massacre de Pembe ou por recontro de Umpungo, foi travada a 25 de Setembro de 1904 entre um destacamento de forças do exército português, comandado pelo capitão Luís Pinto de Almeida, e guerreiros Cuamatos, sob as ordens do Rei Tchetekela
O combate segundo o soberano decorreu nas chanas do Vau de Pembe, próximo do rio Cunene, que resultou na total derrota das forças portuguesas, que perderam mais de metade do efectivo presente no combate.
A derrota foi considerada como uma acção surpreendentemente trágica jamais vista na escala africana, pela Europa colonizadora.
Em saudação à data, estão agendadas diversas manifestações culturais com destaque para encenação do percurso da batalha, exibição das vestes e danças femininas, aquando da celebração da vitória dos Cuamatos contra os portugueses em 1904.
Mário Satypamba referiu que, este feito protagonizado pelos Angolanos na luta pela independência dos anseios, deve ser informado às novas e futuras gerações.