Luanda – A produção de manuais escolares deveria ser exclusividade das editoras angolanas, defendeu nesta quinta-feira, em Luanda, o jornalista e editor Arlindo Isabel.
Em conferência realizada na plataforma ZOOM, intitulada “Desafios e oportunidades das editoras em Angola”, na habitual Conversa da Academia Angolana de Letras, à quinta-feira, Arlindo Isabel pronunciou-se sobre a necessidade de o Estado angolano desempenhar um papel mais activo e de relevo no apoio ao trabalho, nem sempre reconhecido, dos editores angolanos.
O responsável da editora Mayamba salientou a “imperiosidade” de regulamentação da política do livro, para diminuir o que obstaculiza a actividade das editoras, que “trabalham sob sua conta e risco”.
“Os manuais escolares franceses não são produzidos por editoras inglesas, nem os manuais espanhóis produzidos por editoras portuguesas”, apontou o editor angolano.
Para Arlindo Isabel, caso esta responsabilidade seja entregue às editoras angolanas, “o Estado estaria a exercer um trabalho relevante em prol da valorização do produto e da produção nacionais.
Durante a Conferência, destacou a necessidade do aprimoramento dos níveis intelectual, técnico e profissional dos editores, a procura de linhas de crédito bonificadas para a edição de livros e a redução dos custos de impressão.
“O trabalho da gráfica ainda é bastante oneroso, fundamentalmente devido à impressão do papel, das chapas de zinco e tintas para impressão”, argumentou.
A próxima “Conversa da Academia à Quinta-feira” será com o editor e escritor angolano Ondjaki, sob moderação de Boaventura Cardoso, e terá como tema de debate “Vamos falar do futuro”.
Academia Angolana de Letras (AAL) é uma associação privada, sem fins lucrativos, de carácter cultural e científico que tem como objectivo questões como o ensino, estudo e incentivo da língua portuguesa e das línguas nacionais e a relação entre elas.
A Academia realiza regularmente, às quintas-feiras, conferências com figuras do mundo das letras e de outras áreas do saber, que falam da sua (e de outros) trajectória de vida e da obra, bem como de questões ligadas à sociedade angolana.