Luena – António Agostinho Neto foi um dos precursores da luta pela independência literária no país e promotor da angolanidade, reconheceu, hoje, no Luena, província do Moxico, o escritor Alcino Luz, no quadro da celebração do Dia do Herói Nacional.
De acordo com este escritor, autor da obra literária “Os deuses filhos dos diabos”, Agostinho Neto rompeu com a tradição da sua época, cuja literatura estava alienada aos ideais do colonizador.
Neto contribuiu para a promoção da literatura angolana e no surgimento de um grupo de intelectuais do seu tempo, como Viriato da Cruz, António Jacinto e outros, que se dedicava à produção de textos poéticos, virados à revolta do colonialismo e à libertação de Angola, disse.
Conforme Alcino Luz, mestre em Linguística Portuguesa e com vários artigos publicados, a poética de Neto estava virada para a literatura de combate, angolana e africana, que visam cantar os valores de Angola e África.
“ A literatura de Neto afastava-se dos aspectos particulares e direccionava-se à Pátria”, sustentou.
Neste sentido, o académico defendeu a necessidade da nova geração de escritores do país continuar a buscar a inspiração de Neto e outros clássicos de sua época, para continuarem a “cantar” os aspectos da angolanidade nos seus textos, exaltando os valores patrióticos.
Incentivou, por outro lado, a implementação de um plano de leitura nas academias, sobretudo nas aulas de Literatura e de Língua Portuguesa para se descobrir a grandeza do valor da literatura de Agostinho Neto.
“Deve-se olhar para Neto, não só como uma figura política, mas a grandiosidade das suas obras, sobretudo a Sagrada Esperança que é o sonho de todos nós, o sonho que temos sobre a pátria”, concluiu.
Nascido aos 17 de Setembro de 1922, em Icolo e Bengo, Agostinho Neto destacou-se como poeta, médico e político. Foi em Lisboa onde se formou, e desde muito cedo esteve envolvido em movimentos anticoloniais, o que o levou a ser preso e exilado pelas autoridades portuguesas por diversas vezes.
A liderança no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) foi fundamental para a Luta Armada que culminou na independência de Angola, proclamada a 11 de Novembro de 1975. TC/YD