Huambo - Literatas na província do Huambo defenderam, este domingo, a melhoria da qualidade das obras, do ponto de vista gráfico e do conteúdo, para impulsionar o hábito de leitura e, ao mesmo tempo, promover valências empreendedoras.
Os agentes literários e artistas manifestaram esta pretensão, a I edição do “Café de Letras”, numa iniciativa da Brigada Jovem de Literatura (BJL) na província do Huambo.
A classe, neste campo, realçou ser necessário criar mecanismos e qualidades profissionais para que tenham ganhos significativos, por via das obras por si criadas, no sentido de se compensar as iniciativas, bem como o reforço dos valores económicos investigados na produção dos livros.
Apontaram que a falta de críticos literários está a contribuir para a baixa qualidade temática e estética das obras colocadas à disposição dos leitores.
Reconheceram que, apesar desta situação, a província do Huambo tem dados alguns sinais significativos em termos de produção literária em categorias aceitáveis, embora seja necessário mais diálogo, humildade e ousadia por parte dos aspirantes à literatura, para que as obras tenham maior qualidade.
Alexa Tomas, empresária e agente cultural, disse ser necessário "afinar as máquinas intelectuais”, para elevar a qualidade das obras literárias e artísticas, a fim de trazerem vivências económicas que permitam aos fazedores viverem das suas criações e, consequentemente, fomentar a empregabilidade.
Defendeu a necessidade de se desenvolver a produção literária e artística com uma dimensão crítica, com foco na sustentabilidade destas obras, para que sejam consumidas e aproveitadas num ambiente geográfico e sem fronteiras.
O acadêmico Amilton da Gama aconselhou a prática da auto-crítica, para o impacto positivo das obras literárias, propondo soluções de carácter social e económico.
Na sua abordagem, o director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos na província do Huambo, Jeremias Piedade Chissanga, apelou aos literatas a produzirem obras com conteúdos que promovam a crítica e o diálogo aberto, numa perspectiva do alcance da qualidade procurada neste campo intelectual.
O director do gabinete Jurídico e Intercâmbio da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) do Huambo, José Neto, lembrou que a literatura desempenhou sempre um papel decisivo na independência de Angola, daí a necessidade se trabalhar para a melhoria da qualidade das obras.
Por sua vez, o delegado da Agência Angola Press (ANGOP) na província do Huambo, Aurelio Janeiro Sacalei Soi, disse que os produtores literários e artísticos devem desenvolver os seus projectos com elevada humildade intelectual, para o aperfeiçoamento das obras.
O responsável manifestou disponibilidade em colaborar com a classe, do ponto de vista da divulgação das valências literárias e artísticas, para maior visibilidade nacional e internacional.
O “ Café de Letras” juntou a antiga e nova geração de literatos que reflectiram sobre a qualidade profissional no campo da literatura, desenvolvida na província do Huambo.
A I edição do “Café de Letras”, enquadrou-se nas celebrações do Dia da África, que se assinala a 25 do corrente mês .LT/JSV/ALH