Chicala-choloanga – O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, destacou, sábado, o papel das autoridades tradicionais na reconstituição da história nacional, por possuírem contos e relatos orais sobre os factos históricos de Angola e dos angolanos.
O ministro, que falava à margem de uma visita ao Huambo, de dois dias, manifestou a necessidade do contributo dos sobas, que receberam, pela via oral, mais dados transmitidos pelos antepassados.
De acordo com o governante, existem muitos factos históricos sobre o país e o povo angolano ainda por se ouvir e escrever, enquanto alguns aspectos da história nacional foram narrados de forma simples.
“Por isso, é importante o papel das autoridades tradicionais, por possuírem relatos orais que podem servir de memórias para a reconstituição da verdadeira história de Angola”, realçou.
Para o efeito, disse que o Arquivo Histórico Nacional, para além de documentos, passará, também, a recolher depoimentos das autoridades tradicionais, porquanto, nem tudo ainda está escrito.
Nesta ordem de ideia, apelou aos historiadores para, em parceria com o Governo, trabalharem na recolha dos dados e informação histórica juntos dos detentores do poder consuetudinário, e, consequentemente, desenvolverem estudos científicos necessários, com vista a consolidação da identidade histórica e cultural nacional
Destacou o potencial turístico das Pedras Candumbo, em função da beleza natural e papel histórico desenvolvido durante a luta anti-colonial, no século XX.
Lembrou que, a guerra contra o colonialismo que se registou nas pedras Candumbo, no longínquo ano de 1902, foi fundamental na defesa da autonomia do povo da região centro e sul do país, que culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Durante a jornada de trabalho no Huambo, o ministro visitou às Pedras Candumbo, localizadas no município da Chicala-cholohanga.
O monumento natural das pedras de Candumbo, com fendas, grutas e uma furna com cerca de 300 metros de cumprimento de uma monstruosa massa granítica, foi cenário de titânicas lutas do soba N'Dala, contra os colonizadores portugueses; essa massa é o soberbo forte natural das Pedras do Kandumbo.
O local, situado a 25 quilómetros do centro da cidade do Huambo, em direcção ao Bié, foi elevado, em 2016, à categoria de Património Nacional, pelo Ministério da Cultura, dado o importante papel assumido aquando das incursões dos portugueses durante a ocupação colonial.
Turismo
Para além do monumento natural das Pedras Candumbo, o ministro visitou, também, alguns empreendimentos turísticos da província do Huambo, situ tendo realçado a importância do sector no processo da diversificação da economia, por permitir a promoção da empregabilidade, sobretudo para os jovens, e a criação de mais fontes arrecadação de receitas para o Estado.
Por isso, defendeu o reforço, cada vez mais, da parceria entre os agentes turísticos e o Governo angolano, na criação na criação de políticas consentâneas para a dinamização deste segmento do sector económico.
Ainda neste seu segundo dia de trabalho no Huambo, o ministro da Cultura e Turismo visitou, também, os Cine São João e Ruacaná, que se encontram inoperantes devido ao elevado estado de degradação, em consequência dos efeitos do conflito armado que se registou no país até 2002. ZZN/VKY/VIC