Benguela – O grupo carnavalesco Bloco Amarelo sagrou-se, esta quarta-feira, campeão da edição de 2023 do desfile provincial do Carnaval de Benguela, com 1.526 pontos, soube a ANGOP.
Depois de ter vencido em 2019, o Bloco Amarelo conquistou seu segundo título consecutivo no principal concurso do Carnaval de Benguela, com a temática “O movimento sem esforço não vale nada” em homenagem póstuma ao escritor e co-fundador do grupo, Cristóvão Mário Kajibanga.
Com o tema “Homenagem ao desporto”, o conjunto Unidos do Lobito, com 1.357 pontos, ficou em segundo lugar e o União da Catumbela, 1.312 pontos, foi relegado para o terceiro lugar, com o tema “A luta contra a delinquência”.
Ao Bloco Amarelo foram ainda entregues prémios de melhor corte (226 pontos), painel (231 pontos), carro alegórico (236 pontos), dança (309 pontos, comandante (222 pontos) e canção (302 pontos), ao passo que a rainha do Irene Cohen, grupo do Cubal, arrebatou o prémio revelação.
Já na classe infantil, o Unidos do Lobito é o grande vencedor, com 1.241 pontos, relegando para a segunda posição o Kandengues dos Malambas, de Benguela, com 1.158 pontos, e para o terceiro lugar o estreante Vimar e Filhos, da Baía Farta, que somou 1.135 pontos.
A nova agremiação da Baía Farta, que desfilou com 400 crianças na tribuna do estádio de Ombaka, também levou prémios individuais de melhor corte e comandante, com 204 e 209 pontos, respectivamente.
Ainda no escalão infantil, o Unidos do Lobito ganhou os prémios de melhor canção (262 pontos), dança (241 pontos) e painel (194 pontos) e a melhor alegoria é da congénere do Unidos do Caimbambo, com o tema “Unidade na diversificação e moralização da sociedade”, com 204 pontos.
Quanto aos prémios, o primeiro classificado vai facturar um milhão e 300 mil kwanzas, o segundo, por sua vez, ficará com um milhão e 50 mil kz, enquanto o vencedor da classe infantil vai receber 900 mil kz e o vice-campeão terá direito a 750 mil Kz.
Após o anúncio dos resultados, a comandante do Bloco Amarelo, Deolinda Trindade, mostrou-se emocionada pela revalidação do título e assumiu que a vitória expressa a força e união do grupo perante os obstáculos.
“Este ano não foi fácil... Foram noites e noites a rasgar sacos para o desfile”, lembrou Deolinda Trindade, admitindo que este ano o grupo desfilou apenas com 200 figurantes.
Em representação da Associação do Carnaval do Lobito, Chico Sandro exaltou a vitória do Unidos do Lobito em infantis.
Danças tradicionais em grande estilo
No exterior do estádio de Ombaka, onde terça-feira decorreu o desfile provincial, a música e as danças folclóricas como “Lundongo”, “Otchilombonde”, “Ofocopo”, “Ngondo”, “Ondjando” e “Zela”, típicas dos municípios do Balombo, Bocoio, Caimbambo, Cubal, Ganda, Baía Farta e Chongoroi, fizeram a festa do Carnaval.
Para variar, os 18 grupos, sendo três blocos de animação que marcaram presença em representação dos dez municípios da província de Benguela, ainda exibiram danças como semba, kabetula e kazukuta.
O público rendeu-se à criatividade dos foliões, de trajes tradicionais, patente em carros alegóricos e tchinganji (palhaços mascarados), mostrando diferentes hábitos e costumes das comunidades como a caça, a agricultura familiar e o artesanato.
Entre os temas apresentados, realce para o combate aos abusos sexuais contra crianças, à violência doméstica e à delinquência juvenil, bem como a diversificação da economia.
Satisfeita com o empenho dos grupos, a directora do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Rosália Tchitali, encorajou mais pesquisa para redescobrir aspectos interessantes sobre a coreografia dos povos do interior.
A seu ver, as danças tradicionais exibidas revelam que houve trabalho de pesquisa por parte dos grupos e mostraram a diversidade da cultura nacional.
Por outro lado, a responsável adiantou que o Carnaval ficou orçado em cerca de 10 milhões de kwanzas, alocados maioritariamente pelo Governo e alguns parceiros. JH/CRB
