Arlindo Isabel deplora pouco investimento na poesia 

     Cultura              
  • Luanda • Quinta, 21 Março de 2024 | 16h20
Editor literário, Arlindo Isabel, no decorrer da entrevista concedida à Angop
Editor literário, Arlindo Isabel, no decorrer da entrevista concedida à Angop
Nelson Malamba - ANGOP

Luanda – O director da Mayamba Editora, Arlindo Isabel, deplorou, esta quinta-feira, em Luanda, o pouco investimento na edição de obras literárias poéticas, comparativamente à ficção narrativa, pelo facto das pessoas procurarem menos os livros deste género.

Em entrevista à ANGOP, por ocasião do Dia Mundial da Poesia, que hoje se assinala, justificou a diminuição da procura dos livros de poesias nas livrarias como estando na base.

Disse que a pouca procura está associada à fraca preparação e conhecimento da língua por parte dos leitores, para entenderem as mensagens transmitidas pelos poetas.

Por isso, o também acadêmico entende que para se perceber a poesia é fundamental o domínio da língua.

"Na velocidade que o mundo vai, há muito pouco aprofundamento do conhecimento da língua e a poesia está numa dimensão que requer outra preparação", afirmou.

No seu entender, tal acontece porque "as pessoas, hoje, não estão para se chatear, provavelmente, com aquilo que dá muito trabalho, pois são imediatistas”.

A título de exemplo, disse Arlindo Isabel, o que se diz num texto de ficção narrativa, muitas vezes, em um parágrafo, na poesia pode se dizer em uma palavra ou uma frase muito curta.

Em relação a forma de fazer poesia nos dias de hoje, comparado ao passado, considerou impossível apontar um melhor período,  porque cada contexto gera bons e maus poetas, assim como bons e maus gostos.

Mas, alertou que "a arte é aquela que sobrevive e ultrapassa as fronteiras do tempo, quer no conteúdo, quer na forma e sempre que houver qualidade ou sentido de beleza para resumir aquilo que chamamos de arte, aí está a poesia".

O escritor apontou a realização de mais exposições direccionadas à poesia, debates nos órgãos de comunicação e a criação de mais espaços de leitura, como caminhos para promover este género literário.

Apontou também a organização de recitais de poesia em diversos locais, sobretudo nas escolas, para promover e transmitir às crianças o gosto pela apreciação e produção de poesia.

Por seu turno, o escritor José Luís Mendonça considera que a poesia feita no passado, tinha musicalidade, advinda da rima, valências perdidas actualmente, devido às novas correntes e tendências.

Segundo o poeta, nem tudo o que se publica com intencionalidade poética é poesia. E hoje em dia, nota-se uma ilusão “tremenda”, no seio de autores mais velhos e mais novos, ao pensarem que estão a escrever poesia. 

Sobre a massificação da poesia, disse, trata-se de uma pretensão, em princípio, legítima, porém, deve-se levar em conta a vocação de cada um.

“Cada pessoa tem a sua própria vivência, forma de respirar o universo, daí que a massificação de qualquer género de arte, passa por uma identificação prévia das tendências da pessoa”, explicou.

O Dia Mundial da Poesia celebra-se todos os anos a 21 de Março. A data foi criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO em 16 de Novembro de 1999, para homenagear a poesia, promover a diversidade das línguas e intensificar o intercâmbio entre culturas.

No Dia Mundial da Poesia comemora-se a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação. CPM/ART

 



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