Talatona – Um Centro de Ciência e Cultura de Angola será criado em Moscovo, Rússia, no âmbito do intercâmbio cultural, reforçado esta quinta-feira, em Luanda, mediante a assinatura de um acordo de parceria entre os dois países.
O reforço da parceria prevê, igualmente, a reabertura do Centro de Ciência e Cultura da República da Rússia, em Luanda, cujo objectivo é o intercâmbio cultural entre os dois povos.
Assinado pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, e pelo embaixador da Federação da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, o acordo terá a duração de cinco anos renováveis, tendo como principais tarefas apoiar os compatriotas no exterior, garantido os interesses legais sócio-culturais e educativos.
Os centros vão ainda contribuir para a consolidação, salvaguarda da sua língua materna, originalidade cultural nacional, desenvolvimento dos laços das organizações dos Estados partes com os compatriotas residentes no exterior e as suas associações.
Utilizar as oportunidades informativas dos centros para criar as condições que favoreçam o alargamento da cooperação técnico-científica e cultural dos dois Estados, bem como contribuir para o estabelecimento e o desenvolvimento das relações de parcerias entre as cidades e as regiões dos dois Estado são outros dos propósitos das instituições culturais.
Em declarações à imprensa, Filipe Zau referiu que a arte contempla uma linguagem universal, em que os profissionais se entendem e mesmo com sotaques diferentes são unidos pela utilização das sete notas, técnicas de pintura, gestos de actuação.
“Por conseguinte, hoje, as pautas musicais mesmo sendo feitas, as vezes noutros países, são interpretadas também cá em Angola, com vantagem no desenvolvimento da educação musical e outras artes", disse.
De acordo com o ministro, o país precisa de conhecimentos e formadores para que se possa elevar o sentido de bem-estar cultural.
Questionado sobre o intercâmbio no domínio da formação de artistas, afirmou que muitos estudantes têm se beneficiado de formado naquele país, destacando que recentemente foram recebidos os cinco primeiros membros da Orquestra Kapossoka licenciados, formados em violino, violoncelo e nos diferentes instrumentos que podem constituir uma orquestra, aguardando-se pelo regresso dos demais.
Frisou que do ponto de vista cultural era preciso actualizar os acordos existentes e adaptá-los aos momentos actuais.
Por sua vez, o embaixador da Rússia no país, Vladimir Taravov, afirmou que a assinatura do acordo representa um grande passo para a aproximação dos povos e a abertura de grandes margens na área da cultura.
De acordo com o diplomata russo, o acordo vai materializar a formação de quadros e a cooperação científica, visto que todos os anos cresce o número de angolanos que desejam estudar nos estabelecimentos superiores da Rússia.
Explicou que este ano mais de três mil dossiers para bolseiros foram tratados, dando-se maior oportunidades às famílias que não têm dinheiro para obter a formação.
Considerou a cultura angolana como rica, desenvolvida e com tradições específicas, recordando que vivenciou uma experiência inesquecível quando um grupo de músicos angolanos visitou a Rússia e foram recebidos com entusiasmo.
Cooperação
No âmbito das relações de amizade e de Cooperação entre Angola e a Federação da Rússia, que datam desde 1976, contemplam-se actividades culturais, que contribuem para o desenvolvimento da cooperação bilateral, na esfera cultural, entre os dois países.
Em outubro de 2013, foi assinado o memorando de entendimento entre os ministério da Cultura de Angola e da então União das Repúblicas Socialistas Soviética, hoje Federação da Rússia, que substituiu o Acordo Científico e Cultural de 1976.
O referido memorando substituiu, posteriormente, o acordo entre os dois Estados sobre a cooperação cultural e científica, assinado a 26 de Maio de 1976, em virtude de não se enquadrar no tempo, tendo em conta os desafios de um mundo em constante mutação.Giz/MAG
