Saurimo - A reparação da Estrada Nacional 230, uma via de capital importância na circulação de pessoas, bens e troca de serviços entre as províncias do Leste e do Norte/Centro do país, afigura-se como o principal objectivo a atingir no combate às assimetrias, no âmbito do processo de diversificação da economia angolana.
Por Márcia Manaça e Óscar Silva
Com uma extensão de cerca de 1100 quilómetros, a EN-230 é o principal eixo rodoviário que liga a capital do país, Luanda, à vila de Chiluage, Lunda Sul, ou seja, permite a circulação rodoviária e as trocas comerciais e culturais, de forma transversal, entre o Leste e o Oeste do país.
Começando a viagem por Luanda, os automobilistas levam cerca de 11 horas para chegar a Saurimo, capital da Lunda Sul, uma deslocação que podia ser feita em sete horas se a estrada estivesse em boas condições de transitabilidade.
Mas, quando se parte de Luanda, passando por Viana, encontra-se logo um pequeno troço com alguns buracos até Catete, que melhora logo a seguir e permite uma viagem tranquila de Catete/Calomboloca/Cassoneca até Maria Teresa, onde a estrada bifurca com a EN-321, que segue para Sudeste; mas, seguindo até ao desvio do Dondo/Ndalatando, ela está péssima, o que dificulta a passagem dos veículos pesados.
Após Ndalatando, a rodovia volta a estar melhor, permitindo uma viagem mais tranquila na via Lucala/ Cacuso/Lombe até Malanje.
A partir de Malanje até Xá-Muteba, muitos são os camionistas que acabam por perder a mercadoria, principalmente no tempo chuvoso, devido ao mau estado deste que é apontado como “o pior troço” de todo o percurso.
De Xá-Muteba, segue-se Capenda Camulemba, vila de Camba Cassai/Cacolo/Saurimo, a capital da Lunda Sul, e até à vila de Chiluage, o extremo Leste angolano, o fim da viagem, às margens do rio Cassai.
Por isso, seiscentos e trinta milhões de dólares norte-americanos foram disponibilizados pelo Executivo angolano para a reabilitação e ampliação de mais de 300 quilómetros do troço Malanje/Saurimo.
As obras abrangem cinco lotes da EN-230, nomeadamente Malanje/Mucari, Mucari/Rio Lui, Rio Lui/Xá-Muteba, Xá-Muteba/Cangola e Cangola/Muamussamba, bem como incluem a reabilitação de pontes ao longo dos troços, adjudicadas a cinco diferentes empreiteiros.
São responsáveis pelas obras as empresas Omatapalo, Mota Engil, Mafra, Afro e Sinopec. Pelo menos 100 dos 230 quilómetros do troço Saurimo/Cacolo/Sapimbi já estão concluídos.
Homens e máquinas trabalham no sentido de, até Agosto do ano em curso, ser entregue a primeira fase da empreitada que liga Xá- Muteba à cidade de Saurimo.
No troço Malanje/Saurimo, estão a ser colocadas 62 manilhas hidráulicas que obrigam os automobilistas a fazer constantes desvios na rota, onde se podem vislumbrar quilómetros de estrada divididos por longos troços, prontos para receber o tapete asfáltico.
Apesar de o trabalho das construtoras ser visível, registam-se dificuldades no troço que liga o município de Caculama a Malanje, que, em época chuvosa, se torna “num martírio” para os automobilistas, devido ao pavimento lamacento e escorregadio.
Na mesma condição, está a Estrada Nacional 180, que liga a província da Lunda Sul à do Moxico, onde se registam espaços a necessitar, com urgência, de trabalhos de tapa-buracos.
Ainda no referente às estradas, atenção redobrada é exigida dos automobilistas, principalmente no período nocturno, uma vez que, após um troço em bom estado, pode aparecer, de repente, um buraco, para além da falta de iluminação e da devida sinalização.
A província da Lunda Sul dista 1200 quilómetros de Luanda e está situada no Nordeste do país, numa zona planáltica, com relevo não superior a uma cota de mil metros.