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Cooperação entre Turquia e Angola atinge “perfeição”– diplomata turco

     Entrevistas              
  • Luanda • Segunda, 08 Agosto de 2022 | 12h05
Bandeiras: Angola e Turquia
Bandeiras: Angola e Turquia
Domingos Cardoso

Luanda - O embaixador da Turquia em Angola, Alp Ay, afirmou, em Luanda, que as relações de cooperação entre os dois países atingiram um nível “perfeito”, após as visitas recíprocas dos Presidentes turco, Recep Tayyip Erdoğan, e angolano, João Lourenço.

(Por Catarina da Silva)

Em entrevista à ANGOP, a propósito do estado das relações entre os dois países, em particular, e a cooperação com África, em geral, o diplomata manifestou-se satisfeito com o patamar alcançado nos contactos bilaterais, tendo acrescentado que, por essa razão, a Turquia atribui total importância à visita do Presidente João Lourenço, realizada em Julho de 2021. 

Referiu-se à visita do Chefe de Estado angolano à Turquia como coroada de êxito, facto que, segundo disse, motivou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, a retribuí-la, três meses depois.  

Na sua opinião, as visitas mútuas dos Chefes de Estado resultaram na assinatura de mais de  20 protocolos em diversas áreas de cooperação, nomeadamente nos sectores da Educação, Indústria, Defesa, Justiça, Agricultura, Cultura, Desportos, Comércio, entre outros.  

“Hoje, posso afirmar que somos parceiros estratégicos de Angola e existe a vontade política de se fortalecer cada vez mais essa cooperação”, salientou.  

As relações diplomáticas entre Angola e a Turquia datam de 1980 e estão suportadas por acordos de cooperação que cobrem sectores como Educação, Pescas, Ciência e Tecnologia, Petróleo e Gás, Indústria e Agricultura.  

A Turquia é um país euro-asiático que ocupa toda a península da Anatólia (Ásia Menor), no extremo ocidental da Ásia, e estende-se pela Trácia Oriental (também conhecida como Rumélia), no Sudeste da Europa.   

 
ANGOP - Senhor embaixador, como caracteriza a Turquia a nível político, económico e social?  


Alp Ay (A.A) - Antes de mais, gostaria de frisar que a Turquia é um actor global e regional. Por exemplo, o nosso Presidente teve, recentemente, encontros com os homólogos da Rússia, do Irão e dos Estados Unidos. Tanto quanto sei, actualmente não existem muitos países que possam fazer isso.
Hoje, a Turquia ocupa uma posição de mediador, que tenta equilibrar os conflitos mais candentes a nível do mundo e da região, em particular. Acreditamos que temos algum poder para isso.
Outro exemplo que gostaria de citar é que a Turquia faz parte da mesa de conversações entre a Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos, a Rússia e a Ucrânia, que visa encontrar uma maneira de transportar mercadorias agrícolas da Ucrânia.
A Turquia alberga, há mais de 10 anos, o maior número de refugiados a nível do mundo. Somos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), do Conselho da Europa, das organizações asiáticas, bem como membros-observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Tem um pouco de boas relações com todos os países, mas, naturalmente, nem sempre é um “paraíso”. A nossa posição geográfica não é fácil. A Sul, temos, há alguns anos, a crise da Síria e com outro vizinho, o Iraque, embora a situação esteja mais controlada.
Os outros vizinhos são o Irão, Azerbaijão e Arménia, que também ainda têm tensões. E, a partir do mar, somos amigos da Federação Russa. Nisso, resumem-se as nossas relações externas.
Internamente, a Turquia tem lidado com a questão da Covid-19, o que acontece, de igual modo, com outros países. O nosso país, economicamente, também sentiu os efeitos negativos dessa pandemia e do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nós acreditamos que o mundo acaba por sofrer, de forma significativa, sobretudo com o impacto no preço do trigo.
Com esta situação, a Turquia também tem estado a trabalhar para minimizar este impacto negativo.
Nós, assim como Angola, sabemos muito bem o significado da palavra solidariedade e, a título de exemplo, conseguimos realizar a Cimeira Turquia-África, que acabou por nos dar a prerrogativa de reforçar a cooperação com diversos países africanos.  

 

ANGOP - Quando acha que deverão ser retomadas as negociações para a adesão plena da Turquia à União Europeia?  

A.A - Pelo que sei, há alguns anos essas negociações estavam congeladas. Mas posso explicar: a Turquia é candidata, há décadas, a uma entrada na União Europeia (UE), e esse objectivo estratégico, na perspectiva do meu país, não se alterou. Contudo, acredito que a UE deve olhar para onde pretende ir.
Devemos olhar para essa adesão em duas perspectivas: a primeira é o lado técnico (questões técnicas), que pensamos que deve continuar, e a segunda diz respeito à questão política. Penso que deve haver vontade política de ambas as partes.
Acreditamos que existam, na UE, alguns países cujos fundamentalismos bloqueiam a Turquia. Temos passado a mensagem à UE de que o mundo tem sofrido mudanças.
As necessidades e os poderes também estão a mudar, e isso não deve permanecer à custódia de alguns Estados-membros.
O processo ainda está na mesa, e nós acreditamos que o tempo nos vá mostrar como devemos dar os passos subsequentes.  

 

ANGOP – Qual a sua opinião sobre o alargamento da OTAN?  

A.A - Gostaria de responder a esta questão com um exemplo: imaginemos uma família numa casa. Os membros dessa família, por natureza, defendem a sua casa. Quem vive nessa casa é protegido por toda a família.
Pensa numa rua que tem casas de famílias, os membros vão proteger a sua própria casa e os moradores dessa rua. Naturalmente que devem confiar noutras famílias que moram nessa rua e essa confiança não pode ser resumida numa confiança de cooperação, deve existir uma confiança de “vida ou morte”. Isso, na verdade, é o que é uma aliança para a segurança das casas. Os aliados vão proteger os seus próprios rapazes e alguns vão morrer nesse processo.
Por que razão cito este exemplo? Porque a OTAN é este tipo de rua e acreditamos que, com esta característica da organização, seja o tipo de segurança de que o mundo precisa.
A Turquia sempre foi um importante membro da OTAN, tendo em conta, sobretudo, o poder das suas forças armadas e da sua posição geográfica. No que diz respeito ao alargamento, em ter outros membros na nossa rua, devemos, em princípio, ficar satisfeitos porque a rua estará mais enriquecida.
Portanto, os recém-chegados devem ter uma confiança plena, pois não se trata de uma cooperação económica.
Se o recém-chegado protege um ladrão que, há um tempo, me roubou, naturalmente que eu não terei total confiança nesse recém-chegado.
Evidentemente, estamos felizes com o alargamento da OTAN, mas, entre os que já lá estão, há mais tempo, e deve haver uma total confiança nos recém-chegados. Acreditamos e concordamos com a entrada de novos membros e não deverá haver grandes preocupações. Como não se trata de uma organização económica, então a entrada deve ter a anuência de todos os membros. Pensamos que, como concordamos em respeitar os princípios gerais, não existirão grandes preocupações, quer dentro, quer fora da organização.  


ANGOP - Quais são os desafios da Turquia no actual contexto económico internacional, marcado pela crise política entre a Rússia e a Ucrânia?  

A.A - A situação não é fácil. Existe um ataque de um país ao outro, por esta ou aquela razão. A Turquia sempre manteve boas relações com os dois países. Desde o início da crise, a nossa posição foi sempre a de fazer que as partes se sentem à mesa e conversem. Naturalmente, esse conflito afecta as linhas de segurança dos países da Europa e provoca uma dramática consequência em termos humanitários.
Todas essas situações, evidentemente, provocam efeitos negativos do ponto de vista económico. Devemos olhar para a história. Ela mostra-nos que, em caso de conflito, nenhuma das partes vence. Nessas situações, achamos que devemos conversar.  

 

ANGOP - Que políticas/planos têm para ajudar o desenvolvimento de África? 

A.A - A Turquia, enquanto parceira de África, tem traçado projectos de cinco a 10 anos, tendo o cuidado de os mesmos estarem alinhados ao plano estratégico da União Africana (UA). À semelhança dos nossos parceiros africanos, não gostamos de falar e nada fazer. Há projectos sólidos, sobretudo no que diz respeito à construção de infra-estruturas, desde unidades hospitalares, linhas de transporte, de energia eléctrica, entre outros.
Somos um dos países que, basicamente, dispõem de embaixadas em quase todo o continente africano. São, aproximadamente, 46 representações diplomáticas em África. Em conjunto com a UA, temos tentado complementarmo-nos uns aos outros, mormente do ponto de vista das relações bilaterais. Temos trabalhado no domínio da educação e procurado ver como podemos dar assistência um ao outro, e isso é acompanhado no terreno pelos Governos e pela UA.
Como parceiros da UA, acreditamos numa organização regional forte e numa parceria sólida. Com esse objectivo, procuraremos ajudar as estruturas dessa organização e, naturalmente, coordenar as nossas políticas de cooperação com ela.  


ANGOP - Como vê os conflitos em África? Na sua opinião, quais são as suas motivações e as soluções?  

A.A - Hoje, a África está, infelizmente, a tentar acabar com vários conflitos candentes, enquanto trabalha para evitar os que podem acontecer. Com as suas tradições seculares, belezas e potencialidades, esse grande continente não merece essa situação. Acredito que os resquícios físicos e psicológicos do período colonial são as principais causas dos conflitos em África.
A Turquia sempre foi um defensor do princípio de “soluções africanas para problemas africanos”. Portanto, sempre tentamos, estamos a tentar e continuaremos a tentar apoiar os esforços e iniciativas africanas para acabar com os conflitos, para bem  dos povos africanos.
Ninguém pode subestimar o potencial existente neste continente e do seu povo, seja económico, político ou social. A África possui todas as ferramentas necessárias para superar esses desafios.
A parceria estratégica entre a Turquia e a UA é baseada nesta perspectiva. Nesse ponto, devo sublinhar como vemos e seguimos a posição de Angola a esse respeito. Hoje, o povo angolano deve orgulhar-se pelo facto de o seu país ser um mediador/facilitador importante em conflitos no continente africano.
A Turquia apoiará sempre as formas de resolução de conflitos baseadas nesses princípios.  

 

ANGOP - Como avalia o actual estado das relações de cooperação entre a Turquia e Angola?  

A.A - As relações de cooperação entre a Turquia e Angola são perfeitas. Cheguei à Embaixada de Luanda em Janeiro de 2019 e, naquela altura, já existia vontade política dos dois lados em desenvolvê-las.
Quando olhei para o cenário, tínhamos apenas um único acordo. Não tínhamos visita de alto nível, mas, felizmente, existe vontade política. Por essa razão, atribuímos total importância à visita do Presidente João Lourenço à Turquia, em Julho de 2021. A visita teve um grande êxito. Por esse motivo, três meses depois, o Presidente da Turquia veio a Angola.
Naturalmente que, nas duas visitas, houve a envolvência de muitos ministros. No final, o meu Presidente e o seu homólogo angolano instruíram-nos (embaixadores) a visitar-nos uns aos outros. Nessa ordem de ideias, os ministros devem fazer o mesmo e fazer o trabalho no terreno. No quadro dessas visitas, temos como resultado acima de 20 acordos de protocolo assinados entre os dois países.
Actualmente, temos visitas de ministros e secretários de Estado em diversas áreas para falar de grandes projectos industriais da Turquia em Angola, da Educação, da Defesa, entre outros. Temos trabalhado de forma muito honesta, no sentido de fortalecer essa relação.
Hoje, posso dizer que somos parceiros estratégicos e existe vontade política de fortalecer ainda mais essa parceria. Ainda nesse período, conseguimos fazer que houvesse voos directos entre Turquia e Angola, o que trouxe efeitos positivos em vários aspectos.
Estamos a acompanhar o processo de eleições gerais em Angola e acreditamos que, seja quais forem os resultados, a Turquia estará, tal como Angola, interessada em dar continuidade a esta relação amistosa.  

ANGOP - Em Outubro de 2021, os dois países rubricaram acordos nos domínios da Assistência Mútua Aduaneira, Educação, Agricultura, Indústria, Comércio, Cultura e Turismo. Qual dessas áreas exige melhorias ou reforço? 

A.A - Deixe-me partilhar algo consigo. Por exemplo, há um acordo de protecção recíproca de investimentos. Esse acordo confere segurança ao sector privado, de modo a fazer com que os empresários sintam que os seus Governos estão alinhados. Tivemos dois memorandos no sector mineiro, para além de projectos conjuntos a serem desenvolvidos em vários sectores económicos. Temos ainda acordos no âmbito da Educação e Saúde, que nos vão ajudar a trabalhar em conjunto no terreno. Estamos, também, a trabalhar com os Ministérios da Defesa, do Interior, dos Antigos Combatentes, entre outros.
Esses acordos mostram-nos a posição estratégica dos dois países, baseada na confiança. Temos também acordos no sector da Agricultura, que consistirá na minha prioridade, depois das eleições de 24 de Agosto.
Estamos, igualmente, a trabalhar com outros sectores, como o da Justiça e Direitos Humanos, Economia e questões aduaneiras que vão facilitar o comércio entre os nossos países. Há, inclusive, um acordo sobre a prevenção da dupla tributação. Todos esses mecanismos legais que foram assinados têm contribuído para que os sectores trabalhem de forma mais próxima.  

 

ANGOP - A Educação é um dos sectores que impulsionam e sustentam o desenvolvimento de qualquer nação. Podia detalhar até que ponto se encontra a cooperação nesse domínio entre os dois países?  

A.A - Começámos a conceder bolsas de estudo antes mesmo de existirem os acordos governamentais. Penso que esse processo se iniciou em 2012/2013.
Existem dois acordos de concessão de bolsas de estudo para o ensino superior, que vão regulamentar e reforçar a sua atribuição. Embora exista uma vontade política, acreditamos, à semelhança de Angola, que tenhamos uma estrutura.  

 

ANGOP - Conhece o número de estudantes angolanos em formação na Turquia e em que áreas se especializam?  

A.A – Infelizmente, o número de estudantes ainda não é muito expressivo. Nós dispomos de um programa de concessão de bolsas de estudo anual para a licenciatura, mestrado e doutoramento. Anualmente, são enviados para a Turquia 10 estudantes angolanos, número que resulta do processo de candidaturas. Não limitamos as áreas de formação. São os estudantes que escolhem e, como resultado das suas escolhas, enviamo-los para o nosso país.
O programa de envio, por ano, de 10 bolseiros, não tem relação com os acordos assinados.
No âmbito dessas bolsas de estudo, os estudantes têm a prerrogativa de aprender, sem custo, a língua turca durante um ano, e, naturalmente, damos a possibilidade de escolher a universidade cuja língua de opção é o inglês. Temos de trabalhar também para se ultrapassar a barreira da língua portuguesa. Nós atribuímos importância a ela, visto que também somos membros-observadores da CPLP.
A título de exemplo, estamos a estudar a possibilidade de introduzir a cadeira de língua portuguesa nas universidades turcas e em Angola o ensino da língua turca. Ainda há muito trabalho por ser feito. Na verdade, começámos do zero. Por essa razão, amo muito o meu país, amo Angola e vamos fazer tudo como parceiros.
Quando me refiro a acordos, devo dizer que estão também em estudo projectos de parceria entre a Agência de Notícias turca, Anatoli, e a ANGOP, entre a Televisão turca e a Televisão Pública de Angola e entre a Rádio Difusão da Turquia e a Rádio Nacional de Angola.  

 

ANGOP - A Turquia tem interesses em Angola nos domínios do comércio e indústria. Podia dizer, exactamente, em que áreas os industriais turcos estão presentes nesse país?  

A.A - O primeiro e grande investimento turco em Angola é a gestão da siderurgia de ferro de Cassinga (município da Jamba, 315 quilómetros a leste da cidade do Lubango, na província da Huíla), gerida por uma grande empresa turca. O objectivo é torná-la numa potência do ponto de vista da exportação de aço.  

 

ANGOP - Que outros segmentos económicos poderão beneficiar, a curto e médio prazos, dos vossos investimentos?  

A.A - Tenho conhecimento de que uma das grandes empresas da Turquia fará a electrificação do Sul e Norte de Angola. Existem também alguns projectos no domínio da agricultura. Esses projectos são de indústrias de grande porte.
Outro projecto que também temos em estudo é no domínio têxtil. Não estamos a falar de comércio, mas de projectos conjuntos de infra-estruturas e investimentos. Estou a falar em produção de algo localmente. Há, igualmente, interesse, sobretudo, no domínio das florestas.  

 

ANGOP - Depois do acordo entre a Turkish Airlines e a TAAG, como avalia a circulação de turistas nos dois países?  

A.A - Os voos directos tiveram início em meados de Outubro. Eu não estou por dentro desse negócio. O movimento de turistas ainda não é satisfatório. O que me foi informado é que se espera que, com a abertura desses voos, haja visitas recíprocas de cidadãos turcos e angolanos.  

 

ANGOP - Quantos turistas (a todos os níveis) entram na Turquia?  

A.A - Poderei adiantar que temos um número que ronda os 850 passageiros por mês (total de fluxo). É um número que ainda não satisfaz, porque a Turkish Airline só agora criou o seu próprio escritório. Até ao momento, não fez ainda nenhum anúncio publicitário.
O objectivo é aumentar esse número. Os angolanos poderão viajar para outros países a partir da Turkish Airline. A companhia turca é uma das que voam para mais destinos no mundo.  

 

ANGOP - Quais as mercadorias mais transportadas da Turquia para Angola e vice-versa?  

A.A - A Turquia exporta para Angola produtos alimentícios e outros, com destaque para trigo, máquinas, electrodomésticos, material hospitalar e de saúde, etc. Angola exporta para a Turquia madeira, sucata ferrosa e alumínio.  

 

ANGOP – O actual volume de negócios entre os dois países é satisfatório? Até que nível pode chegar?  

A.A - O volume de negócios entre os dois países é insuficiente. É um número ainda muito aquém do desejado. Actualmente, esse número está à volta de 250 milhões de dólares por ano. O objectivo é atingir anualmente um bilião.
Este ano, com certeza que haverá um aumento no volume de negócios. Não devemos esquecer que esse aumento deverá acontecer graças aos acontecimentos ocorridos dentro das relações bilaterais nos últimos tempos.  

 

ANGOP – Decorreu, recentemente, a 37.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA/2022), na qual participaram expositores nacionais e estrangeiros de 15 países. Que comentários se lhe oferece fazer a respeito do evento?  

A.A – Infelizmente, este ano houve uma tímida participação de empresas turcas na FILDA. Não houve razão em especial. Acabámos por falhar numa feira bastante importante, mas vamos continuar a trabalhar para voltar a participar em grande nas próximas edições. Vamos trabalhar também para uma maior participação de empresários angolanos em feiras na Turquia e dedicaremos um dia especial para Angola e para a Turquia.  

 

ANGOP – Antes mencionou as eleições gerais de 24 de Agosto em Angola. Que expectativas há da parte do seu país em relação a esse evento?  

A.A - Angola é a minha segunda casa, e eu vou ser muito sincero. As eleições são e serão sempre importantes para a sociedade contribuir para um país melhor. Continuará a ser o meio mais viável para os cidadãos exprimirem as suas vontades e desejos.
Angola e os angolanos têm uma tradição muito longa, mas enquanto país democrático ainda é muito novo. Penso que, a cada eleição, Angola se torna mais forte naquilo que diz respeito à sua democratização. Eu e a Turquia vamos sempre apoiar os esforços de Angola neste processo e, depois das eleições, continuaremos a mostrar um país melhor.
Acreditamos que os resultados serão a voz do povo angolano, serão sempre bons e que, dessas eleições, Angola sairá mais forte e continuará a trabalhar para a estabilidade da sua região.
Aproveito a oportunidade para expressar as minhas condolências ao povo angolano pelo passamento físico do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido em Julho.
Certamente, Angola perdeu uma das figuras proeminentes da sua história, bem como de África.

O entrevistado 

Com estatuto de embaixador residente, Alp Ay chefia a missão diplomática em Angola há três anos e meio.  

Trabalhou na República Checa, na Suécia, no Conselho da Europa e no Secretariado-Geral da UE.
Casado e pai de um filho, é licenciado pela Universidade Técnica do Médio-Oriente, Departamento de Relações Internacionais.  

Juntou-se ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1994 e começou a trabalhar no Departamento para Estados Asiáticos Centrais.  

Fez serviço militar na Marinha Turca e iniciou a carreira diplomática em 1997, como terceiro secretário na Embaixada Turca em Riad, Arábia Saudita.  

De 1999 a 2019, ocupou cargos intermédios e de topo, com destaque para terceiro e segundo secretário na missão diplomática do seu país na República Checa; primeiro secretário e conselheiro na Missão Permanente da Turquia no Conselho da Europa.  

Fez parte do quadro internacional do comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa (Thomas Hammarberg da Suécia).  

Trabalhou na equipa dos países para a Bósnia e Herzegovina, Roménia, Bulgária e Albânia, em temas gerais, como discriminação, liberdade de crença, bem como objecção e consciência.  

Foi chefe do Departamento de Assuntos Políticos na Secretaria-Geral da UE, conselheiro e primeiro conselheiro na Embaixada Turca em Estocolmo (Suécia), chefe de Departamento da Europa Norte e Bálticos e responsável pelas relações bilaterais com a Suécia, Finlândia, Dinamarca, Lituânia, Estónia e Letónia.  

Foi director-geral-adjunto das Organizações Políticas Internacionais e responsável pela coordenação-geral das relações da Turquia com a Assembleia-Geral da ONU, reforma da ONU, orçamento da ONU, candidaturas internacionais e eleições, Aliança de Civilizações, CPLP, Fundo das Nações Unidas para a Infância, OHM, ONU OCHA, ICC, ajuda humanitária e lei humanitária.  

É, desde 2019, embaixador da República da Turquia em Angola.  

 

 





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