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Cuvango assinala 140 anos buscando novos investimentos

     Efemérides              
  • Huíla • Quarta, 28 Agosto de 2024 | 09h18
Vista parcial da sede do Cuvango, na Huíla
Vista parcial da sede do Cuvango, na Huíla
Aniceto Trinta

Cuvango – O município do Cuvango, a 356 quilómetros a Leste do Lubango, na província da Huíla, completa hoje, quarta-feira, 140 anos desde que alcançou a categoria de vila, sob a designação, na altura, de “Vila Artur de Paiva”.

Quase um século e meio depois, o Cuvango despertou para a necessidade de buscar novos investidores, com vista a explorar melhor o potencial hídrico, pecuário, madereiro e agrícola, pois com três rios de curso permanente, o Cubango, o Cuilo e o Cutato, ainda dispõe de 70 mil hectares de terras aráveis subaproveitadas.

Nos últimos anos tem assistido à uma “peregrinação” de investidores, sobretudo japoneses, argentinos e árabes ao município, mas lá estão já a investir alguns angolanos, como é um caso da Agrikuvango, do empresário Rui Kapose, que explora cinco mil hectares com produção de milho, feijão e trigo.

Outro investimento de vulto é o da fazenda Mumba, do grupo Omatapalo, com um projecto que sonha ser o maior produtor de carne bovina em África, actualmente com mais de 25 mil cabeças, mas que quer atingir a cem mil, estando a ensaiar a produção através da fertilização e que dispõe de 90 mil hectares, tanto para o pasto, como para a produção de proteína vegetal para os animais.

Situação geográfica e demográfica

O município tem 9.680 quilómetros quadrados e 106 mil 421 habitantes. É limitado a Norte pelos municípios de Cachiungo e Chicala-Choloanga (Huambo), a Leste por Chitembo (Bié) e Cuchi (Cuando Cubango), a Sul pelo Cuvelai (Cunene) e a oeste por Jamba e Chipindo (Huíla).

O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Cuvango, e pelas de Galangue e Vicungo. É servido pelo Caminho de Ferro de Moçâmedes, que o liga a Menongue, ao Lubango e ao Namibe.

A sua população é maioritariamente composta pelo grupo etnolinguístico Nganguela, com influencia Nyemba e Galangue. A maioria dedica-se a actividade agro-pecuária de subsistência, existindo entre ela camponeses associados, pequenos empresários agro-pecuários e comerciantes.

A sua Vila é ribeirinha, pois é atravessada pelo rio Cubango (Okavango), que lhe dá o nome, curso que nasce no Planalto Central e corre por 975 km, representando um dos maiores ecossistemas aquáticos virgens do continente africano.

Retrato histórico

Em 1889 foi criada a Capitania‐Mor dos Ganguelas e Ambuílas, mas a história narra que os militares e os padres do Espírito Santo já em 1885 andavam nesta região, que deve o seu crescimento à exploração mineira no este da província.

Depois de ter sido circunscrição com sede em Vila da Ponte, passou, a partir de 1947, a chamar‐se Vila Artur de Paiva, sede do concelho de Nganguelas. Esta vila teve um papel importante na organização do território, potenciada pelo facto de ser atravessada pela linha de Caminho de Ferro de Moçâmedes, beneficiando da proximidade das minas de Cassinga.

Em 1971 foi elaborado um PZOI (Plano para Zonas de Ocupação Imediata) da autoria do arquitecto Fernando José Simão Sequeira. O novo desenho da vila assumia as preexistências, com um número limitado de quarteirões, ruas e praças, mas possuía um significativo número de equipamentos.

A origem de seus povos, os Nganguela do Cuvango, grupo etnolinguístico vanganguela, chamado, também, é explicada no termo "nganga", que quer dizer conhecedor dos segredos da natureza e o soba nganga ou soba sábio seria o antepassado máximo deles, o Mwene Nganga, segundo Kwononoca (2014).

Trata-se de uma das civilizações da Idade do Ferro, que se instalou nos grandes lagos. A sua entrada em Angola teve início em meados do século XVII e sua fixação deveu-se às terras férteis para a agricultura e às boas condições para a caça e para o trabalho com o ferro, como escreveu Redinha (1975).

O mesmo autor ressalta que o grupo nganguela tem uma das civilizações que na idade do ferro se instalou nos grandes lagos, na região do Tanganica, saindo do centro da África devido as condições nefastas que se lhes ofereciam, para o autor este povo é conhecido nos grandes lagos como Kalombo, porque de antemão na idade do ferro já eram bem desenvolvidos.

As suas principais actividades económicas são, principalmente, a agricultura de subsistência a pecuária, a caça e a pesca.

No meio de todos seus valores culturais, o povo nganguela, centra a sua religião no culto aos antepassados, porém isto não quer dizer que Deus não exista para eles, os antepassados são considerados como intermediários com Deus, conforme a obra do historiador Kwononoca (2014).

Em 1884, o padre Ernesto Leconte, vindo das Terras de Cassinga (Jamba), entrou no Reino de Katoco, cuja sede era Embala do Lilunga.

Depois dos seus contactos com as autoridades tradicionais da região, Ernesto Leconte pede ao Mwene Lilunga um sítio para a edificação da Missão. O Soba Lilunga, quando se apercebe que as palavras do Padre eram de os conduzir a um caminho da salvação divina, aceita o pedido e indicou alguns jovens que foram mostrar ao Padre o Terreno da sua jurisdição.

Esses jovens levaram o Padre até aos limites com aldeia de Tyihungo, Terra do (Mwene Tyihwaya) Soba Tyihwaya e a partir do Tyitsiki (Riacho que fica próximo da aldeia da Katala), tendo sido o primeiro passo para achegada dos colnos portugueses que se efectivou em 1885. MS





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