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Vencedores do Prémio de Ciência e Inovação serão conhecidos hoje

     Educação              
  • Luanda • Sexta, 13 Dezembro de 2024 | 00h03
Vista parcial da Universidade Agostinho Neto (UAN) - Arquivo
Vista parcial da Universidade Agostinho Neto (UAN) - Arquivo
Angop

Luanda – O Prémio Nacional de Ciência e Inovação será lançado, nesta sexta-feira (13), em Luanda, no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência de Angola, a serem assinalados em 2025.

Uma iniciativa do Ministério angolano do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, o Prémio concorre para o desenvolvimento das instituições do ensino superior (IES) e para o desenvolvimento científico e tecnológico de Angola.

A Independência nacional foi proclamada a 11 de Novembro de 1975, pelo nacionalista e primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, pondo termo a cerca de 500 anos de colonização portuguesa.

Esta primeira edição do Prémio conta com 82 candidaturas de um total de 168 submetidas, e tem como presidente do júri o docente José Serra Van-Dúnem.

Numa primeira fase, os parâmetros de avaliação assentam na estrutura organizacional do trabalho, na qualidade científica, na complexidade do produto, na originalidade, no carácter inovador, na relevância e nos impactos científico, económico, social e ambiental.

A segunda fase consiste nos critérios de relevância científica, excelência metodológica, impacto social e económico, colaboração e internacionalização, capacidade de divulgação e transferência de conhecimento, formação de capital humano e conformidade com os objectivos nacionais de desenvolvimento.

Os critérios estão também ligados a subcritérios com avaliação a variar entre 20 e cinco pontos, num total de 100.

Os candidatos ao prémio são na sua maioria provenientes de universidades públicas e privadas, de ambos os sexos, afectos às áreas de engenharia e tecnologia e ciências sociais, onde, por sua vez, as categorias de Ciência, Inovação e Jovem Cientista são as que mais inscrições registaram.

As candidaturas decorreram de 14 de Setembro a 14 de Outubro do corrente ano, destacando que a iniciativa ministerial visa reconhecer e valorizar o trabalho de excelência realizado por investigadores, inventores e inovadores angolanos.

A premiação, com um valor total de 82 milhões e 500 mil kwanzas, inclui categorias científicas e tecnológicas, como o "Prémio Nacional de Ciência", de "Inovação", de "Invenção", de "Carreira", de "Mulher Cientista", de "Jovem Cientista", de "Inovador" e de "Jovem Inventor".

O maior prémio é o Nacional de Carreira, cujo primeiro classificado receberá 12 milhões de kwanzas, o segundo seis milhões e o terceiro quatro milhões de kwanzas.

Para os prémios Nacional de Ciência, de Inovação, de Invenção e Mulher Cientista, os valores serão de seis milhões de kwanzas para o primeiro classificado, três milhões para o segundo, e dois milhões para o terceiro.

Já para os prémios de Jovem Cientista, Inovador e Jovem Inventor, o primeiro classificado receberá três milhões de kwanzas, o segundo um milhão e meio, e o terceiro um milhão de kwanzas.

As categorias destinam-se a premiar contribuições significativas nas áreas de Ciências Naturais, Engenharia e Tecnologias, Ciências Médicas e da Saúde, Ciências Agrárias e Veterinárias, Ciências Sociais, Humanidades e Artes.

O prémio Mulher Cientista, em particular, visa impulsionar o aumento da participação das mulheres nas áreas das ciências.

Segundo o professor João Sebastião Teta, que destaca a importância do Prémio num artigo de opinião, a universidade em Angola, ao longo dos 50 anos da Independência, tem cumprido com a missão, no quadro da visão e missão preconcebidas para este sector.

No seu artigo, o docente da Universidade Agostinho Neto esclarece que, no quadro da dignificação e inclusão social do povo angolano, sem discriminação de tribo, raça ou crença religiosa, o Governo da Angola independente optou por uma estratégia com três objectivos estruturantes.

Trata-se concretamente, segundo ele, da formação de formadores no país, da formação em massa de quadros no exterior e da cooperação internacional.

O académico sublinha que os desafios actuais exigem a existência de quadros altamente qualificados, capazes de assegurar o desenvolvimento científico e tecnológico sustentável de Angola.

No seu texto sobre “o papel do ensino superior em Angola ao longo dos 50 anos da sua independência”, fundamenta que o ensino superior de qualidade constitui uma pedra angular e a mola propulsora para o cumprimento deste desiderato.

Refere que premiar significa reconhecer o mérito dos homens e mulheres capazes de criar ou contribuir para um modelo de desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação sustentável, que aposte na racionalidade em vez da mera imponência e no conhecimento em vez do mero cimento.

“O centro de gravidade de uma instituição de formação (universidade) é o formador (investigadores e técnicos). Por isso, todas as acções que visam motivar e dignificar os docentes e investigadores, como o Prémio Nacional de Ciência e Inovação, concorrem para o desenvolvimento das IES e, concomitantemente, para o desenvolvimento científico e tecnológico de Angola”, indica.

No artigo, o docente faz uma breve retrospectiva sobre a forma de aquisição, tratamento, transmissão (difusão) e utilização das ideias e conhecimentos desde as caravelas à era da inteligência artificial, da trepanação à cirurgia a laser e/ou robótica, do papirus ao telemóvel que permite constatar a exponencialidade do desenvolvimento da ciência e tecnologia ao longo da história e o seu impacto na qualidade de vida e na longevidade do ser humano.

Para João Teta, a única instituição capaz de moldar ou formar um ser humano competente, sobretudo no contexto dos países em via de desenvolvimento, é a escola, em geral, e a universidade, em particular, enquadradas num ambiente propício para sua manutenção e desenvolvimento.

Recorda que, em Angola, o ensino superior foi institucionalizado em 1962, com a criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola, integrados na Universidade Portuguesa. Era corporizado por uma única instituição de ensino que, a partir de 1968, passou a chamar-se Universidade de Luanda.

Na altura, o ensino superior no país diferia da tradicional universidade colonial, do ponto de vista de pertinência e abrangência social, uma vez que servia, fundamentalmente, os interesses de Portugal e com acesso limitado a população colonial e alguns autóctones (assimilados), disse.

Lembra ainda que, a 11 de Novembro de 1975, data da independência de Angola, o Estado angolano viu-se confrontado com uma realidade de cerca de 90 por cento de analfabetos da sua população. A Universidade de Luanda passa à Universidade de Angola, em Setembro de 76, e posteriormente para Universidade Agostinho Neto (UAN), em 1985.

No contexto pós-independência, prosseguiu, há necessidade de gerir e ministrar os cursos herdados, concretamente Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Electrotécnica, Engenharia de Minas, Medicina, Matemática, Química, Biologia, Geologia, Engenharia Geográfica, Agronomia, Silvicultura, Medicina Veterinária, Matemática, Ciências Pedagógicas, Filologia Românica, Geografia, História e Letras. OHA/IZ





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