Luanda- O Sindicato Nacional de Professores (Sinprof) manifestou, esta terça-feira, à necessidade de se melhorar os indicadores de ensino, mensurar dados e mitigar os erros, para atingir a qualidade desejada.
Segundo o presidente do Sinprof, Guilherme Silva, que falava à ANGOP a propósito do Dia Internacional do Professor, o sector necessita de uma revolução e de compromisso do Estado.
Na sua óptica, a qualidade de ensino no país é questionável, razão pela qual se exige o comprometimento de todos os agentes do sector e da sociedade civil para a mudança do paradigma.
Conforme Guilherme Silva, actualmente, num universo de 100 crianças que termina a 6ª classe (ensino primário), abaixo de 30 por cento concluem as habilidades básicas de leitura, escrita e cálculo.
“A estatística de alunos com necessidades de entrarem para o sistema de ensino deve estar aliada a construção de novas salas de aulas, de formas a obter melhores resultados”, reforçou.
Por exemplo, disse, fala-se de construção de mais salas de aulas todos os anos, mas a demanda ainda é maior, daí continuar a existir salas sobrelotadas.
Afirma que o máximo que uma sala de aulas de albergar são 35 alunos.
“Massificar sim, mas dentro dos padrões”, referiu.
Estes resultados, na opinião do interlocutor, derivam de políticas erradas que devem ser corrigidas.
Apontou ainda a insuficiência de manuais e merenda escolar como factores que colocam em causa a qualidade de ensino.
Embora tenha reconhecido que parte dos problemas do caderno reivindicativo já foram resolvidos, apelou ao aumento do valor da parcela orçamental de um digito para dois.
A revisão do Estatuto Remuneratório, bem como a grelha de subsídios foi também sugerida pelo interlocutor.
Na óptica do sindicato, o professor deve converter-se num verdadeiro militante da educação, sendo, por isto, desafiado todos os dias a tomar decisões mais assertivas que garantam um processo de ensino-aprendizagem mais significativo concreto e com qualidade.
“Um militante não poupa esforços para o alcance das causas que defende. A nossa causa enquanto militantes da educação e a qualidade da educação e ensino no nosso país”, reforça.
Guilherme Silva avança que o professor deve ter a consciência de que ensinar bem não significa repassar os conteúdos mas levar o aluno a pensar e a criticar.
Por seu turno, o professor Fernando João Diogo referiu ser fundamental que se resgate o valor dos educadores na sociedade.
Já André João considera que apesar das dificuldades, o amor ao próximo está acima de qualquer obstáculo.
Docente há mais de 20 anos diz que ensinar não é tão fácil como se pensa, requer vontade própria humildade e empenho.
O 5 de Outubro foi instituído pela Unesco em 1994 como Dia Internacional do Professor, com o objectivo de chamar a atenção para o papel fundamental dos professores na sociedade e na instrução da população.