Cuito – Os Sindicatos da Educação em Angola reiteraram, neste sábado, ser necessário o reforço da dotação orçamental para o sector por parte do Governo, nos próximos anos, de modo a dar respostas às necessidades actuais e desafios do futuro.
Este apelo foi feito pelos responsáveis dos órgãos sindicais que compõem o sector, à margem do II Conselho Consultivo do Ministério da Educação (MED), encerrado hoje, na cidade do Cuito, capital da província do Bié.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), Guilherme Silva, os problemas que o sector enfrenta são devidamente conhecidos, mas que a grande dificuldade prende-se com a fatia de orçamento bastante exígua que tem recebido do Estado.
Segundo o mesmo, o orçamento do MED está cifrado em apenas um dígito, contra às previsões do Plano de Nacional de Desenvolvimento, que fixa em dois dígitos, segundo as quais receberia, a partir de 2022, uma parcela orçamental de 20 por cento, contra os actuais seis, do presente exercício económico.
Esta realidade, no seu entender, não é capaz de dar respostas às necessidades que se impõem para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem no país, comprometendo, deste modo, a execução dos planos e políticas que têm sido aprovadas, cujos resultados estão aquém do desejado.
“Se quisermos ter bons resultados no ensino, há que ter orçamento adequado, caso contrário, não teremos como sair da situação actual”, referiu o responsável.
Ainda de acordo com o responsável do Sinprof, caso não se prestar atenção necessária para o sector neste domínio, com a venda do petróleo, principal commodity do país e que é finito, estará a se adiar o desenvolvimento do país, porquanto não haverá, no futuro, quadros suficientes e capazes para alavancar o progresso esperado.
Já o secretário para Administração e Finanças damFederação dos Sindicatos da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social de Angola, António Teminha, a escassez de recursos financeiros para o sector constitui a grande preocupação do órgão sindical, por condicionar o ministério a sustentar as políticas educativas, visando a melhoria da qualidade de ensino.
Por isso, disse esperar que, nos próximos anos, haja robustez do orçamento do MED, dentro das previsões estimadas, de modo a tornar exequível e prática as políticas do sector.
Quem também espera pelo reforço da dotação orçamental é o presidente da Associação dos Professores Angolanos (APA), Inácio Gonga, para que se preste mais atenção na formação qualificada dos filiados e na criação de condições de trabalho, sobretudo nas zonas recônditas do país.
O Conselho Consultivo do MED, que decorreu sob o lema: “Os professores de que precisamos para a educação que queremos – O imperativo global para inverter a escassez de professores”, avaliou o grau de implementação dos programas do sector e redefiniu estratégias metodológicas e de acção que concorrem para a melhoria da aprendizagem.
Entre os temas debatidos, realce para o “Projecto de empoderamento da Rapariga e Aprendizagem paraTodos-PAT II, Progresso das actividades”, “Balanço dos primeiros cinco anos de implementação da Política Nacional de Educação Especial orientada para a inclusão escolar”, “Planejamento estratégico de recursos Humanos”, “Gestão das escolas”, “Quadro legal do MED” e “Modalidades de avaliação no sistema educativo angolano”.
Orientou os trabalhos, em que participaram perto de 200 delegados, a ministra da Educação, Luísa Grilo. VKY/PLB