Huambo – Pelo menos 15 alunos com necessidades especiais desistem em cada ano lectivo no Complexo Escolar Especial do Huambo, por falta de recursos financeiros para cobrir as exigências de mobilidade, informou a directora da instituição, Mariana Alicerces.
A responsável disse à ANGOP, esta sexta-feira, que a pobreza das famílias e as distâncias que os mesmos percorrem para terem acesso à escola, são entre outros factores que concorrem para a desistência destes alunos.
A responsável explicou que os alunos com necessidades especiais, apresentam deficiências visuais, físicas, auditivas, intelectuais, altas habilidades e síndrome de down, na sua maioria são provenientes de comunidades distantes para terem acesso a única escola do ensino especial em funcionamento da cidade do Huambo.
Disse que nesta altura para o ano lectivo 2024/2025, perto de 30 alunos, ainda, não confirmaram as matrículas nesta instituição, apesar de terem recebido novos candidatos com necessidades especiais.
Lembrou que as desistências começaram a dar sinais alarmantes a partir do ano lectivo 2021/2022, onde perto de 60 anos abandonaram as aulas, alegando a falta de valores financeiros e a condição de vulnerabilidade acentuada das famílias.
Mariana Alicerces disse que principalmente na estação chuvosa, os cadeirantes encontram sérias dificuldades de terminar com o ano lectivo académico, por isso, sugeriu a aquisição de meios de transportes para a instituição escolar, para apoio aos alunos.
Salientou que para inverter este quadro a direcção do Complexo Escolar de Ensino Especial tem promovido planos de instrução de professores das escolas inclusivas em técnicas de interpretação auditiva, visual e intelectual para a aproximação do sistema de ensino aos alunos com estas necessidades nas comunidades.
A directora da escola disse os alunos com déficits intelectuais , dificilmente atingem níveis altos de escolaridade, por esta razão, foi elaborado um projecto de artes e ofícios, para que estes alunos sejam preparados profissionalmente, com o propósito de serem inseridos no mercado do trabalho sem descriminação.
A responsável solicitou apoios a classe empresarial e parceiros do Governo para a concretização deste projecto de artes e ofícios no Complexo Escolar do Ensino Especial, para a valorização da pessoa humana e o enquadramento social cada vez mais inclusivo.
Neste ano lectivo, estão matriculados 510 alunos da iniciação ao II ciclo na província do Huambo, contra os 541 do período anterior de 2022/2023.
Estes alunos estão distribuídos em 12 salas de aulas e instruídos por sete professores, devidamente especializados e treinados. LT/JSV/ALH