Lobito - O professorado da província de Benguela advogou hoje, segunda-feira, que se deve prestar uma maior atenção à primeira infância e aos primeiros anos de escolaridade das crianças, por constituirem as principais bases no processo de ensino e aprendizagem.
Com efeito, pais, encarregados de educação, professores e ministério da Educação, são chamados a assumir as suas respectivas responsabilidades, para o êxito desse processo.
Falando em nome da classe docente, por ocasião do Dia do Educador, celebrado hoje, 22 de Novembro, sob o lema "Os professores no centro da recuperação da Educação”, António Cambenza apontou algumas debilidades que afectam negativamente o sistema de ensino.
O responsável disse que estão conscientes da sua missão, porém, solicitam a melhoria das condições de trabalho, face ao alto custo de vida, da subida galopante dos preços, principalmente da cesta básica, e ao aumento dos impostos que, a seu ver, têm empobrecido a classe.
“Pedimos ao Governo Provincial, às Direcções Provinciais e Municipais para que continuem a apoiar naquilo que for possível, no que toca a cabimentação financeira para as escolas, materiais de biossegurança, construção de tanques e fornecimento regular de água, visto que, sem esses meios, torna-se impossível o normal funcionamento da nossa actividade”, frisou.
Os professores reconhecem, no entanto, os esforços que o Executivo tem feito para colmatar essas deficiências, na medida em que, de forma paulatina, afirmam estar a assistir a satisfação das suas preocupações.
Jà o director provincial da Educação, Edmundo Salupula, informou que o sector, na província de Benguela, conta com uma força de trabalho de vinte e cinco mil e 921 agentes.
Em entrevista à Angop, o responsável afirmou que, dos 24.093 professores, 22 052 dão aulas e os restantes são da carreira geral.
Quanto à rede escolar, Edmundo Salupula revelou que o seu sector controla 958 escolas, sendo 90 privadas, 70 público-privadas e 798 públicas.
“O ensino primário conta com 662 escolas, o primeiro ciclo tem 186, enquanto que para o segundo ciclo estão registadas 110”, afirmou.
Fez saber que um dos desafios do sector é minimizar os índices de desistência e, para isso, conta com o contributo dos pais, professores e gestores escolares.
Além disso, uma das maiores preocupações, segundo o director, está ligado à cobertura docente em alguns níveis e melhorar as condições das infra-estruturas.
“A maior parte das escolas construídas no âmbito do Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), já obedece a esses critérios, com o devido apetrechamento”, sublinhou.
Por sua vez, a vice-governadora para o sector político, económico e social, Lídia Amaro, apelou no sentido da classe aproveitar o poder das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), em prol da Educação e transmissão de valores.
Lidia Amaro falou sobre as acções de impacto que o Executivo tem empreendido, tais como o melhoramento das escolas e das condições salariais dos educadores, através do processo de promoção para acesso aos ensinos primários e secundários, cuja efectivação, na primeira fase, contempla já cerca de quinze mil e 605 professores.
“Não descuramos os inúmeros desafios que ainda temos de enfrentar, para melhorar a imagem da Educação”, prometeu a governante.
Na ocasião, profissionais da área que atingiram a idade da reforma receberam as suas menções honrosas das mãos de representantes de partidos políticos com assento do Parlamento, nomeadamente MPLA, UNITA, FNLA, CASA-CE e PRS.