Talatona – A superlotação das salas de aulas nos cursos do primeiro ano, leccionados no Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola, foram algumas das irregularidades apontadas pelo secretário de Estado para o Ensino Superior (MESCTI), Eugénio da Silva.
A constatação foi feita durante a visita de auscultação, realizada hoje, terça-feira, àquela instituição do ensino superior.
Eugénio da Silva, que apresentava à imprensa o grau de cumprimento dos normativos legais, constantes nos diplomas reguladores do subsistema do Ensino Superior, referiu que a violação de vagas cedidas pelo MESCTI às Instituições de Ensino Superior, deve ser abolida para salvaguarda da qualidade de ensino.
Como represália para as instituições ,que assim procederem, Eugénio da Silva afirmou que serão impossibilitadas de matricularem novos estudantes no próximo ano lectivo (2024/2025).
“A postura do MESCTI é preventiva, dissuasora e penalizadora para aqueles que não cumprem as orientações emanadas”, disse.
Segundo o secretário, os tamanhos reduzidos das salas e dos laboratórios põem em causa a qualidade de ensino e aprendizagem, impossibilitando o acompanhamento que se exige no ensino superior, devido a quantidade enorme de estudantes.
O responsável defende a conciliação entre o conhecimento científico, as competências práticas, e a capacidade de resolver os problemas, como uma das características de um estudante formado por instituições de ensino superior.
Outra recomendação feita pelo académico à instituições, é enquadrar os docentes nas categorias das carreiras e melhorar os processos de gestão dos cursos.
Questionado sobre as exigências dos professores relacionada a melhoria salarial e o seguro de saúde, disse que as negociações estão paradas, mas o diálogo se mantém para atender as principais reivindicações.
Por sua vez, o presidente do Instituto Superior Kalandula de Angola, Antônio Martins, justificou que se ultrapassou o número de vagas nos cursos de análises clínicas, medicina dentária e enfermagem, devido a grande procura.
Em relação a preocupação dos estudantes sobre a inoperância dos laboratórios de engenharia, disse haver “exagero” porque os laboratórios estão preparados para satisfazer as necessidades dos conteúdos exigidos em cada classe.
O Instituto Superior de Kalandula de Angola leciona os cursos de saúde, ciências sociais e humanas, alberga mais de nove mil estudantes para um universo de 192 professores.GIZ.MAG.