Talatona – O Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos de Ensino Superior (INAAREES) certificou, esta terça-feira, 55 cursos ligados às Ciências da Saúde e reprovou outros 60, de um total de 115 avaliados de 11 a 14 de Junho deste ano, em 12 províncias.
Esses cursos foram validados na sequência da segunda fase do processo de Avaliação Externa e Acreditação, que abarcou 49 instituições distribuídas pelas províncias, de Benguela, Bié, Cabinda, Cuanza Sul e Norte, Cuando Cubango, Huambo, Huíla, Malanje, Moxico, Uíge e Luanda.
De acordo com o director do INAAREES, José Tomé, dentre os cursos acreditados destacam-se os de Enfermagem, Obstetrícia, Psicologia e Análises Clínicas, Medicina Dentária, Administração e Gestão Hospitalar, Fisioterapia e Farmácia, representando um aumento de 48 cursos certificados em relação a 2023.
"Dessas avaliações, 55 cursos cumpriram 79% dos critérios estabelecidos, enquanto os sem acreditação não poderão admitir novos estudantes no próximo ano académico 2024/2025 e devem melhorar com urgência", explicou o responsável em declarações à imprensa.
No final da cerimónia pública de avaliação, acreditação e reconhecimento de estudos do Ensino Superior, José Tomé referiu que os estudantes matriculados nesses cursos poderão continuar seus estudos até a conclusão, sem risco de não terem seus diplomas homologados pelo INAAREES.
Segundo o interlocutor, as principais razões para a não acreditação dos restantes 60 cursos foram o desempenho quantitativo e qualitativo insatisfatório em todos os indicadores de avaliação da qualidade, especialmente nos critérios obrigatórios, como currículo, corpo docente, extensão e infra-estruturas.
"As várias Instituições de Ensino Superior (IES), tanto públicas quanto privadas, sediadas em Luanda e em outras províncias, não conseguiram pontuar adequadamente, e por este motivo os seus respectivos cursos foram rejeitados", precisou.
José Tomé afirmou que as IES devem realizar melhorias para que no prazo de um ano possam solicitar ao INAAREES uma nova avaliação externa, e caso não corrigirem os pontos fracos, os cursos ministrados serão encerrados.
Durante a entrevista, o responsável lamentou o facto de as Instituições de Ensino Superior produzirem pouca pesquisa científica, um dos indicadores mais críticos, a par do programa curricular.
Por sua vez, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Paula Simons de Oliveira, afirmou que se prevê avaliar 1.300 cursos do subsistema, com o apoio do Banco Mundial e de todos os actores envolvidos, até 2027, conforme orienta o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027.
A governante destacou que um dos critérios de avaliação é a questão dos recursos humanos, como o número de mestres e doutores, que podem melhorar a avaliação, a começar pelo oferecimento de cursos que permitam a promoção de carreira dos docentes das instituições.
A primeira fase do processo de avaliação externa ocorreu em Outubro de 2023, na qual 30 cursos de medicina e outras ciências da saúde foram avaliados, com sete acreditados e os demais 23 não certificados.
Durante a cerimónia, foram entregues certificados de acreditação ao Instituto Superior Politécnico Kalandula de Angola, com seis cursos, à Universidade Rainha Njinga Mbandi, em Malanje, com um curso, entre outras instituições.
GIZ/MDS