Lubango - O Fórum Internacional de Jovens com as Embaixadas (FIJE), em Angola, disponibiliza, desde hoje, sexta-feira, dez mil bolsas de estudo a angolanos, para diversas áreas do ensino superior, em universidades do Brasil, um programa lançado no Lubango, província da Huíla.
A iniciativa surge de uma parceria do FIJE com a Lean Group Education, assinada em Outubro de 2024, em São Paulo, Brasil, nas áreas de engenharia, saúde, ciências sociais e exactas.
Trata-se de um memorando de entendimento que abre as portas ao conhecimento para 40 mil bolsas de estudo destinadas a jovens dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nomeadamente Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
As bolsas são em instituições privadas e, para Angola, estão disponíveis as faculdades de Sensu, de Santa Madalena Sofia, Itecne, Van Gogh, Fadavila e Fiso, bem como os institutos Santé Corps e CEPUL, localizados em Belo Horizonte, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Goiana.
Em declarações à ANGOP, no quadro do lançamento da iniciativa que aconteceu esta sexta-feira, no ISCED-Huíla, o porta-voz do projecto, Américo Tomás, afirmou que a gestão dessas bolsas tem um período de gestão de dez anos.
Ressaltou tratar-se do primeiro número elevado de bolsas que beneficia e a cada ano a tendência é abranger mil jovens de Angola para o Brasil e outros mil e 900 ficam no país a estudar e forma remota.
De entre os requisitos, destacou que o candidato deve ter nacionalidade angolana para os cursos de licenciatura, com idade entre 18 e 25 anos, ensino médio concluído com média mínima de 12 valores e ter o certificado com notas, enquanto para os cursos de pós-graduação, extensão universitária e técnicos não há limite de idade.
Para esta primeira fase, Américo Tomás disse que vai procurar alcançar um maior número de estudantes possíveis, daí ter a pretensão de alcançar duas mil e 900 vagas, já em 2026.
Salientou que as bolsas são comparticipadas, sendo que as instituições de ensino cobrem 80 por cento da formação e, por sua vez, o estudante contribui com a restante percentagem, que engloba o alojamento, alimentação e transporte interno.
Explicou que após a legalização do aluno no território brasileiro, o seu governo disponibiliza 600 reais (91 mil kwanzas) e os alunos com o melhor aproveitamento, após um ano têm direito a um estágio remunerado e direito de concorrer a bolsas 100 por cento financiadas pelo governo brasileiro.
Américo Tomás destacou ser um projecto que proporciona aos estudantes, não apenas formação técnica e profissional, mas também uma vivência cultural e programas de mobilidade académica.
“As condições estão criadas para arranque das inscrições, razão pela qual convidamos todos os jovens interessados da Huíla e de províncias circunvizinhas a terem o seu ensino no Brasil, a fazerem a sua inscrição nos próximos três dias, no Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla”, reforçou.
Depois da Huíla segundo a fonte, segue-se a apresentação e inscrições nas províncias de Benguela, Moxico e Luanda, até Fevereiro do ano em curso, programa extensivo a candidatos de localidades circunvizinhas.
O FIJE é uma organização não-governamental, representada em 25 países no mundo. Começou a funcionar em 2016, mas em Angola cinco anos depois. Angola desde 2021 assumiu a presidência do Fórum, mandato que vai até 2031.
A nível do país, o FIJE já enviou um total de 434 estudantes de forma faseada a países como Brasil, Portugal e China. EM/MS