Ondjiva – O director da Educação no Cunene, Domingos de Oliveira, afirmou, está terça-feira, em Ondjiva, que o canal de transferência de água a partir do Cafu, no rio Cunene, vai reduzir o abandono escolar, na altura motivado pela seca.
No último ano lectivo, vinte e quatro por cento dos alunos, dos 223 mil matriculados na província do Cunene, desde o pré-escolar ao ensino primário e secundário, deixaram de estudar em consequência dos efeitos da seca na região.
Com uma extensão de 160 quilómetros de canal aberto e um conjunto de 30 chimpacas e bebedouros, o Canal do Cafu foi inaugurado, no dia 4 de Abril, pelo Presidente da República, João Lourenço.
O projecto, avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões, 360 mil e 651 kwanzas, está já a beneficiar 235 mil pessoas, 250 mil animais e a irrigação que será praticada num espaço de cinco mil hectares de campos agrícolas.
Em declarações à ANGOP, Domingos de Oliveira sublinhou que, com a abertura do canal, as crianças, adolescentes e jovens vão deixar de abandonar as suas áreas para acompanhar o gado às zonas de transumância, com condições de pastos para salvar os animais.
Lembrou que, sempre que ocorre a seca, muitos alunos nas zonas rurais, sobretudo rapazes, deixam de estudar, para se dedicar à pastorícia, em companhia dos pais e encarregados de educação, comprometendo o seu ensino e aprendizagem.
“Estamos certos de que a disponibilidade de água é uma grande oportunidade que surge para inverter o quadro do abandono das aulas, neste corredor entre os municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde”, afirmou.
Está, igualmente, em curso na província, desde Outubro de 2021, a construção das barragens de Calucuve e de Ndue.
Em Julho deste ano, iniciam-se as obras da Barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, no âmbito dos projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca na margem direita do rio Cunene.