Lubango – O 3º Congresso Científico da Rede Internacional em Estudos Culturais (RIEC) arrancou hoje, quinta-feira, na cidade do Lubango, província da Huíla, com mais de 250 participações de universidades de Angola (anfitriã), Cabo Verde, Portugal, Brasil e Moçambique.
O evento científico, sob o lema “Interculturalidade e Movimento Sociais, Raça, Classe e Género”, com duração de dois dias, está a acontecer no Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI), que organiza em colaboração com algumas instituições da CPLP.
No certame serão apresentadas 57 comunicações com uma rica diversidade de temas inerentes aos Estudos Culturais, de modo a contribuir para a concepção de projectos que possam ajudar na mediação de alguns problemas candentes na sociedade, relativos à família, igualdade de género e integração social de grupos vulneráveis.
Entre os temas destacam-se “Estudos Culturais e Educação Intercultural idade, Desconstrução de subalternidades em práticas educativas e socioculturais”, “Estudos Culturais, Etnicidade e Diáspora”.
No acto de abertura, a vice-governadora para o sector político, económico e social, Maria João Chipalavela, manifestou o reconhecimento ao ISPI, por congregar culturas, vivências e dinâmicas sociais dos falantes de língua português e não só.
Para a responsável, o mais importante é partilhar e comunicar, pois cada vez o mundo se torna mais global com problemas e desafios comuns, como foi a Covid-19 que juntou a todos com enigmas e lutas comuns.
“Por esta razão pensamos que esse Congresso nos permitirá abrir horizontes, ultrapassar egoísmos e contribuir para o aumento e riqueza do conhecimento científico de modelos e práticas sociais e culturais em tempos de incertezas e de carência. Muita solidariedade deve ser um princípio presente nas nossas vidas, contudo, não podemos desistir, temos de ser fortes e juntar as nossas sinergias”, elucidou.
Por sua vez a presidente da RIEC, Maria Baptista, realçou que a organização “nasceu” em plena Covid-19, mas os membros conheciam-se, só não imaginavam que três anos depois estivessem em Angola, e no Lubango, para conhecer o país e aprofundar o conhecimento em estudos culturais, assim como estabelecer afectos.
Os Estudos Culturais surgiram na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, na década de 1960. Este campo de estudos interdisciplinar, que se internacionalizou durante os anos 1980, territorializa-se e “culturaliza-se”, de acordo com as dinâmicas culturais de cada região, expressas nos seus discursos, saberes e práticas.
A edição anterior decorreu em Julho de 2022, em Belo Horizonte, a capital do estado brasileiro de Minas Gerais. A Rede Internacional em Estudos Culturais (RIEC) é uma associação que integra dez países de língua oficial portuguesa.
O ISPI é uma instituição de ensino superior privada e acolhe actualmente mais de oito mil estudantes em 12 cursos de licenciatura e lança em breve os mestrados. BP/MS