Luanda – A Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) vai criar uma plataforma de sistema de pagamento pana africano ajustado, através de transacções instantâneas, diminuindo assim os custos da conversão da moeda.
Conforme o secretário-geral da ZCLCA, Wamkele Mene, que falava nesta quarta-feira, no workshop sobre “As perspectivas de integração regional na Zona de Comércio Livre Continental Africana”, os custos de convertibilidade da moeda leva o continente a perder em receitas cerca de cinco mil milhões de dólares anuais.
“África tem cerca de 42 tipos de moedas e sabemos que o custo de conversão da moeda é bastante alto. Se quisermos fazer uma transacção de Angola para o Quénia, primeiro teremos que fazer a conversão do kwanza (moeda angolana) para o dólar norte-americano e depois para moeda queniana”, asseverou.
Sublinhou que esse processo contribui para ineficiência do mercado e para o custo do produto.
Por outro lado, referiu, é pretensão do secretariado do ZCLCA propor a implementação do fundo de ajustamento de zona económica livre, com um valor inicial de mil milhões de dólares, para apoiar os países que dependem da arrecadação tarifária.
Apontou que essas são as medidas de médio prazo no tange a eliminação dos impostos das tarifas.
“ O que nos devíamos trabalhar, como continente, é não utilizar as tarifas como geradora de receitas, mas olhar para as ferramentas de industrialização. Essa é a mudança que teremos que fazer nos próximos anos”, preconizou.
Com a adesão ao mercado continental de transacções comerciais, o país terá acesso a um mercado que vai passar de 30 milhões para 1.3 biliões de pessoas.
Angola participa activamente nas negociações para a operacionalização do acordo e deverá, nos próximos dias, remeter à Comissão da União Africana a Proposta de Oferta Tarifária para a ZCLCA, sendo que, para o comércio de serviços, uma oferta básica também poderá ser remetida após a sua aprovação.
O acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) foi assinado a 21 de Março de 2018, em Kigali (Rwanda), durante a 10.ª Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
A maior parte dos estados africanos, membros da União Africana, rubricaram o referido acordo, incluindo Angola.