Huambo - A presidente da Associação das Vendedoras Ambulantes no município do Huambo, Zinha Cesare, pediu, esta terça-feira, a implementação de um serviço de fiscalização mais humanizado, para facilitar o alargamento dos pequenos negócios.
A responsável falava no primeiro Fórum Municipal com as Vendedeiras Ambulantes, organizado pela Administração local, com o objectivo de promover o diálogo e a procura de convergências dos programas relacionados com o reordenamento comercial, nos pontos urbanos da sede da província do Huambo.
Na ocasião, defendeu a necessidade de se implementar uma linha de actuação fiscal e administrativa voltada para o respeito da dignidade humana das “zumgueiras” e a protecção incondicional, para estarem envolvidas nos programas de desenvolvimento social e económico, assim como na organização dos pequenos negocios.
Adiantou que as vendedeiras ambulantes necessitam de protecção a todos níveis e apoios financeiros, para sustentabilidade das actividades comerciais e abertura de novas oportunidades de empregos.
Referiu que esta actividade envolve, nesta municipalidade, perto de 600 vendedoras ambulantes, cadastradas pela associação.
Disse ser fundamental um suporte financeiro que deve envolver as autoridades administrativas e a classe empresarial, para a sustentabilidade das iniciativas empreendedoras, promovidas, na sua maioria, por mulheres vulneráveis.
Realçou que estes negociantes ambulantes carecem de incentivos financeiros, para iniciar projectos comerciais de bancada e, ao mesmo tempo, estabelecer um determinado mercado.
Acrescentou que a insistência em vender nas ruas com movimentos constantes, resulta da falta de espaços adequados, pois o maior objectivo consiste na busca de sustento familiar.
Cecília Felicia, dedicada à venda de produtos médicos naturais pelas ruas da cidade do Huambo, pediu aos fiscais da Administração do município do Huambo, a serem moderados na actuação e exigir com procedimentos éticos, para que sejam os negociantes a participarem na reorganização comercial.
Com este trabalho comercial, explicou, tem conseguido encontrar sustento familiar e suportar a formação académica e técnico-profissional dos filhos.
Na sua intervenção, o administrador do município do Huambo, Azevedo Cambiambia, precisou que este primeiro encontro foi decisivo para a troca e partilha de ideias, na perspectiva de uma actuação fiscal responsável e humanizada capaz de contribuir na promoção do desenvolvimento sustentável.
Lembrou que a administração vai continuar com os trabalhos de reordenamento comercial e proibir as vendas em lugares impróprios, para evitar a desorganização social nos pontos urbanos.
O primeiro Fórum Municipal com as Vendedeiras Ambulantes foi concebido para manter um ambiente de negócio seguro e organizado com a fixação de zonas apropriadas e, ao mesmo tempo, criar condições essenciais para o acesso ao crédito bancário e aos instrumentos jurídicos de assistência a este segmento social.
O município do Huambo, um dos 11 da província com o mesmo nome, tem uma população estimada, para este ano, em 999 mil 605 habitantes, residentes em 433 bairros, distribuídos em três comunas, Chipipa, Calima e Sede, esta última com seis sectores (Bandeira, Cacilhas, Capango, Nzaji, Samacau e Vilinga). LT/JSV