Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, afirmou este sábado que Angola registou, em 2021, um crescimento de 0.7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), fruto de um incremento do sector não petrolífero, de 6.4 por cento.
Ao intervir na sessão de abertura da nova legislatura, o Chefe de Estado destacou, entre os sectores não petrolíferos que contribuíram para o crescimento global do PIB, o da agricultura e pecuária, pescas, indústria transformadora e extractiva, sobretudo, dos diamantes, comércio, construção, transportes e de outros serviços.
Fez saber que o sector petrolífero, no ano em causa, sofreu uma contracção de 11.6 por cento.
João Lourenço indicou que os dados do primeiro semestre deste ano apontam para um crescimento do PIB de 3.2 por cento, o que demonstra que a aposta na produção nacional começa a dar os seus frutos.
"Vamos continuar a intensificar os esforços neste sentido, porque estamos, afinal, no caminho certo. Estima-se que, em 2022, a economia venha a ter um crescimento de 2.7 por cento, mais uma vez com um desempenho liderado pelo sector não petrolífero", asseverou.
Este crescimento da economia, explicou, vai continuar a contar o contributo do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) e demais programas sectoriais, assim como do Programa de Privatizações (PROPRIV), iniciado em meados de 2019.
No âmbito do PROPRIV, informou que foram concluídos 94 processos de privatização, entre 71 activos e 23 participações sociais em empresas, cujos contratos celebrados correspondem a um valor agregado de 961 e 14 mil milhões de kwanzas.
Deste valor, acrescentou, o Tesouro Nacional já encaixou 565.6 mil milhões de kwanzas, o que corresponde a quase 59 por cento do valor global dos contratos.
"Muitos desses activos estavam abandonados ou paralisados, até a data em que foram privatizados, e, hoje, 47.1 por cento dos mesmos estão em pleno funcionamento. Os demais (...), em fase de arranque, pagando imposto, contribuindo para o aumento de postos de trabalho no país", concluiu.
Quanto ao nível geral de preços na economia, o Chefe de Estado recordou que, depois de se ter alterado a trajectória de crescimento da taxa de inflação, que havia baixado de 42 por cento, em 2016, para 17.1 por cento, em 2019, no ano de 2021, devido à Covid-19, registou-se um aumento deste indicador para 30.4 por cento.
No entanto, o Titular do Poder Executivo expressou que em 2022 está-se a registar "uma trajectória, nitidamente decrescente das taxas de inflação, tendo a taxa de inflação homóloga situado em 18.16 por cento, em Agosto.
"A previsão é de que a taxa de inflação acumulada se situe abaixo de 18 por cento, no final deste ano", disse.
Esta evolução, apontou, é resultado das medidas tomadas pelo Executivo para limitar os efeitos do aumento dos preços dos produtos de amplo consumo na vida das populações.
Entre as medidas adoptadas, ressaltou isenção no pagamento de direitos aduaneiros e de redução do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), em 50 por cento (dos 14 por cento) de alguns dos referidos produtos e a entrada em funcionamento da Reserva Estratégica Alimentar (REA).
O Presidente da República esclareceu que a combinação dessas medidas e aumento que se vai verificando na oferta de alguma produção nacional têm tido efeito positivo, sob a trajectória da inflação.