Huambo - A retoma do projecto de concessão de micro-crédito, denominado "Votoka-Mãe Zungueira", na província do Huambo, depende do reembolso de 13 milhões, 410 mil e 138 kwanzas contraídos por mil 444 vendedoras ambulantes.
A informação foi prestada, quarta-feira, pela directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género na província do Huambo, Maria de Fátima Cawewe, durante a I sessão ordinária do Governo local, orientada pelo governador Pereira Alfredo.
O projecto “Votoka”, expressão em língua nacional Umbundu, que significa “Levanta”, atribuiu durante a primeira fase, entre 2022 e 2024, micro-créditos no valor de 33 mil 330 kwanzas para cada uma das vendedoras ambulantes abrangidas e 50 mil na segunda etapa, com um reembolso adicional de três mil kwanzas, a ser pago num período de sete meses.
Trata-se mulheres dos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.
Para além da atribuição do micro-crédito, o programa formou mil 736 mulheres em matérias de gestão de dinheiro, pequenos negócios, orçamento pessoal e familiar, numa parceria com a organização não-governamental angolana Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
De acordo com Maria de Fátima Cawewe, lamentavelmente, algum valor monetário emprestado às vendedoras ambulantes, na primeira e segunda fases, com um mês de carência, não está a ser reembolsado, o que está a condicionar a continuação do projecto.
Sem precisar o total de beneficiárias desde o inicio do projecto, informou que, no global, foram desembolsados 52 milhões, 479 mil e 390 Kwanzas, sendo que, para a retoma, as vendedoras ambulantes deverão, primeiramente, reembolsar os 13 milhões, 410 mil e 138 kwanzas de dívida contraída.
Deu a conhecer que, dos 11 municípios beneficiários, apenas três honraram com a totalidade do pagamento, nomeadamente a Chicala-Cholohanga, Chinjenje e Longonjo, estando, para tal, em curso acções de sensibilização, para que as demais localidades paguem a dívida.
Maria de Fátima Cawewe disse ser uma atitude de má fé de algumas zungueiras em não querer devolver o dinheiro emprestado, o que está a tornar o projecto insustentável e a fazer com que outras mulheres não entrem no programa.
Afirmou que o projecto “Votoka” tem muitos casos de sucesso, com impacto directo na vida das famílias, por quanto muitas delas não conseguiam pagar a renda de casa e comprar o material escolar das crianças, facto que foi revertido, pois, hoje, já têm os filhos a estudar e a ter a três refeições diárias.
A iniciativa visa contribuir para a melhoria das condições de vida das mulheres que exercem uma actividade económica precária e buscam autonomia financeira, mediante o desenvolvimento de seus negócios diversos.
O projecto, executado pelo Governo da província do Huambo, conta com o patrocínio da Fundação Brilhante, de empresários locais e o apoio metodológico da organização não-governamental angolana ADRA.
A reunião apreciou, ainda, entre outros, o balanço das obras do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), do Plano de Emergência, as acções de combate à pobreza e de cólera, a execução do Njila, Kwenda, arrecadação de receitas locais e o programa “Vimbo lyeto”. ZZN/JSV/ALH
