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Projectos de aquicultura do Ulúa e Ibêndua continuam paralisados

     Economia              
  • Bengo • Quarta, 23 Agosto de 2023 | 16h56
Projecto de aquicultura na lagoa do Úlua, província do Bengo
Projecto de aquicultura na lagoa do Úlua, província do Bengo
Mário Francisco-ANGOP

Caxito – Os projectos de aquicultura familiar nas comunidades do Úlua e Ibêndua, município do Dande, província do Bengo, continuam paralisados, devido às chuvas registadas em Janeiro deste ano e a falta de recursos financeiros.

Na comunidade da lagoa do Úlua, o projecto lançado em 2016, está paralisado há 8 meses, pois os fortes ventos e a chuva registada entre Dezembro e Janeiro deste ano, provocaram o enchimento da lagoa e a perda de 8 mil peixes de reprodução.

A lagoa encheu e o capim que circula nela (kicanda) subiu aos tanques flutuantes e os peixes morreram, informou o presidente da comissão de moradores, Francisco Fernandes.

Esta situação, continuou, fez com que três dos 15 tanques ficassem submersos (a uma profundidade de sete metros), enquanto os restantes (12) foram recuperados e armazenados.

O actual estado da lagoa, os tanques subterrados e as perdas registados fizeram com que o projecto paralisasse porque perdemos tudo, esclareceu.

Explicou que, em 2021, foi feito um repovoamento de 15 mil peixes de reprodução. Perdeu-se 3 mil na transportação (adquiridos no Cuanza Norte), uma parte foi consumida e outra, cerca de 8 mil foi perdida.

Para constatar a situação, informou, já estiveram no local técnicos da direcção nacional e provincial do Instituto de Pesca Artesanal (IPA), que fizeram o levantamento do estado do projecto, os prejuízos causados e as principais dificuldades e necessidades da comunidade.

“A par disso a comunidade tem experimentado outras iniciativas no domínio da produção de peixe, em tanques terra, mas por falta de autorização preferimos parar”, informou.

Para o sustento da família, neste momento, a população pratica a pesca artesanal e dedica-se a agricultura.

Na pesca artesanal são capturados mariscos, cacusso, bagre e o seguilhão, enquanto na agricultura cultiva-se a ginguba, o tomate, mandioca, batata-doce, beringela, pimenta, feijão, entre outras culturas.

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“Nesta comunidade nenhuma criança fica em casa durante o período escolar. É uma regra que vem dos nossos pais,” sublinhou.

Com mil e sete habitantes, no ano lectivo 2021/2022,  duzentos e 14 crianças frequentaram a escola.

Orçado em cerca de nove milhões de dólares, o projecto foi criado para beneficiar trinta ex-militares e suas famílias, inseridos em cinco cooperativas, com o objectivo de melhorar a sua dieta alimentar e as suas fontes de rendimentos.

Comunidade da Ibêndua

Já na lagoa da Ibêndua, o projecto da aquicultura familiar criado em 2013, está igualmente paralisado devido à falta de ração e de recursos financeiros.

Nesta comunidade, o secretário para a fiscalização e controlo, Domingos João Fernandes, explicou que a subida do preço da ração foi uma das razões do insucesso do projecto.

“Com a subida do preço da ração o peixe não atingiu a engorda, não desenvolveu e houve dificuldade para comercializar”, referiu.

“Por esta razão a partir de 2017/2018, o projecto foi a decair, porque não tínhamos como continuar apesar de termos tido sucesso no primeiro ciclo de reprodução em 2014 ”, esclareceu.

Informou que neste momento o projecto criado com 8 tanques, está parado e foram vandalizados o canal de transporte de água, a motobomba e a cerca.

A comunidade da Ibêndua compreende três sectores – Ibêndua Sede, Doma e Musseque da Ibêndua e controla 885 habitantes divididos por 350 famílias.

Nestas duas comunidades as populações necessitam de água potável, energia eléctrica, a reabilitação das escolas, o aumento do número de salas de aula, escolas do segundo ciclo do ensino primário, o melhoramento das estradas, áreas de lazer e centro de formação profissional.

No sector da educação as populações clamam por uma escola do segundo ciclo do ensino primário para evitar que as crianças percorram longas distâncias (36 quilómetros) ou fiquem separadas dos pais durante o ano lectivo.

Estas populações praticam a pesca artesanal  e a actividade agrícola. MD/IF





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