Menongue – A Companhia Siderúrgica do Cuchi (CSC), no Cuando Cubango, começa, no próximo ano, a produzir o ferro gusa, com uma capacidade instalada de 250 toneladas/dia, uma acção que irá reforçar a empregabilidade e o crescimento económico sustentável da província.
Trata-se de uma produção em grande escala de ferro gusa de qualidade que terá como destino de comercialização inicial os mercados industriais asiático, americano e europeu, com a geração de milhares de novos postos de trabalho para a juventude.
A informação foi prestada hoje, terça-feira, à ANGOP, pelo director-geral de produção da Companhia Siderúrgica do Cuchi, Wilton dos Reis, que assegurou que todo esforço está sendo feito para que a produção do ferro gusa, na comuna do Cutato, município do Cuchi, aconteça em princípio do mês de Janeiro de 2023.
O encarregado de produção informou estar nesta altura a decorrer o aprimoramento das condições de electricidade para o garante do funcionamento dos fornos.
Neste momento já foram construídos 960 fornos para a produção de carvão vegetal, material necessário para a fabricação do ferro gusa, numa parceria entre os governos angolano e brasileiro.
Wilton dos Reis assegurou que a fábrica está com 90 por cento dos equipamentos instalados, a conclusão da área de carregamento e descarga do carvão, trocadores de calor, entre outras áreas de apoio à produção.
De acordo com o responsável, o projecto da fábrica, que irá consumir cerca de 700 metros cúbicos de carvão p/dia, está implantado numa área de 209 mil hectares, com mais de mil trabalhadores, dos cinco mil previstos, que vão garantir o funcionamento da unidade fabril de ferro gusa.
O responsável deu a conhecer que, de forma bruta, a Companhia Siderúrgica do Cuchi já transportou, de Janeiro a presente data, 150 mil toneladas de minério, em três carregamentos, para o mercado chinês.
A exploração da mina do ferro gusa tem uma periodicidade estimada para 50 anos de exploração, sendo que a cada ano serão plantadas 10 milhões de árvores de eucalipto, para garantir a continuidade do funcionamento da companhia.
Já os fornos de produção de carvão vegetal têm um tempo útil de cinco anos.
O Complexo Siderúrgico do Cuchi está localizado a 66 quilómetros da Mina do Cutato e 620 quilómetros do Porto do Namibe, por onde a exportação da produção será realizada.
De referir que o Brasil é um dos poucos países do mundo a produzir ferro gusa a partir da energia renovável da biomassa na forma de carvão vegetal e Angola entra na lista de produtores.
A Companhia Siderúrgica do Cuchi será a primeira fábrica de fundição em Angola que vai operar com fonte de energia renovável, no caso o carvão vegetal, para fundir minério e que vai permitir a instalação de um sistema de energia termoeléctrica.
Este sistema irá absorver os gases do alto-forno, com previsão para gerar, na sua segunda fase, em 2025, cerca de 15 megawatts de energia eléctrica para o empreendimento e para a população da sede municipal.